O mundo é um laboratório.
Preparem-se para o momento em que Karen se transformará em Marilyn, porque ele está chegando. É isso o que mostra esse episódio de Smash, que continua indo muito bem e acertando em suas escolhas musicais e de roteiro.
Uma das melhores coisas desse episódio (que não achei tão bom quanto o da semana anterior, mas também gostei) foi ver a música integrada à realidade dos personagens. Não estou falando das cenas em que Karen começa a cantar e agir como Marilyn, embora elas também façam parte do pacote, falo mesmo é de Tom e seus talentos ao piano.
Alguns dos melhores momentos dessa semana foram dele, compondo letra e música para a situação carcerária do filho de Julia, o que fez rir bastante. Aliás, falando em Julia, devo dizer que junto de Tom, ela é minha favorita. Às vezes desejo que ela seja nossa Marilyn.
À parte de toda a situação do musical em si, meu maior interesse em Smash está na vida pessoal de Tom e Julia. O namorico dele com John é fofo e engraçado ao mesmo tempo, porque Tom passa o tempo todo tentando arrumar defeitos num homem que, convenhamos, não é para se desperdiçar. Adorei cada cena de momentos estranhos entre eles e o diálogo pós-coito foi ótimo. Espero que essa dupla continue pelo resto da série.
Outra coisa que me empolga é a “devassidão” de Julia e Michael, comendo tortas juntos, naquele clima de “estamos apenas evitando o inevitável”. O marido bobalhão e o filho maconheiro que me perdoem, mas Michael tem tudo a ver com Julia e esse é um dos conflitos mais bacanas até aqui. Resta saber se Leo vai “caguetar” a mamãe e usar essa traição como moeda de troca.
Quem só cresce em antipatia é Derek. O cara é absurdamente canalha e está destruindo Ivy, pouco a pouco. Ela, carente e insegura, se prende a essa relação como se disse dependesse sua vida. É aí que ela erra feio. Quando Ivy vai tirar satisfações com Derek, ele diz “queridinha, não desenvolva sentimentos por mim, só por Marilyn”. Em seguida, pergunta se ela vai ficar para transar com ele. Típico momento em que ela deveria correr dali e deixá-lo para trás, mas não. Ivy depende dele para se afirmar como mulher e como atriz, e a falta de aprovação de Derek pode determinar seu futuro no musical.
Com essa brecha, Karen começa a marcar seu território. Não é como se ela estivesse planejando dar um golpe em Ivy, ou coisa assim, mas ela está se preparando para algum imprevisto. O bacana é que essa atitude mais proativa vem justamente de uma conversa tensa com Ivy Lynn. Bastou aquilo para que Karen se soltasse mais e começasse a tentar enxergar o mundo pelos olhos de Marilyn e das mulheres que sentem, diariamente, o peso da beleza.
Pode até parecer que é pior ser feia (na verdade, acho que é), mas só quem é taxada constantemente como objeto sexual é quem pode dizer como é difícil saber o motivo pelo qual as pessoas (e os homens, mais especificamente) se aproximam. Karen, embora não saiba, tem esse poder da sedução dentro dela, adormecido e se ela acha que está sendo ameaçada pela jornalista, em sua relação com Dev, só um aviso: quem precisa abrir o olho rapidinho, é ele.
P.S* Cadê as cenas de Manhattan na cara com Eilleen?
P.S* Achei que Leo tinha sido preso em Chinatown, tentando roubar uma irmãzinha chinesa.
Músicas no episódio:
"Let's Be Bad" – Original: Ivy Lynn and the cast of Marilyn
"It's a Man's Man's Man's World" - James Brown: Karen Cartwright
"A Song for You" - Donny Hathaway: Michael Swift
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