Achados e perdidos.
Para quem estava crente de que a temporada final de One Tree Hill seria cheia de fillers e episódios bonitinhos cheios de sentimentalismo e lembranças dos tempos áureos, eis a surpresa. Mark Schwahn (que eu chamo de Markito) resolveu nos encher de dramas e claro, ele aproveitou a ocasião para sambar muito nas nossas caras, trazendo os plots mais deliciosamente absurdos e descabidos que sua mente é capaz de criar.
Como sou fã do estilo, os episódios de One Tree Hill têm sido um prato cheio para mim. Choro, fico feliz e, vez ou outra, meu queixo vai ao chão com o desenvolvimento de alguns personagens.
Lógico que estou me referindo a Clay. Essa história de ele ser pai do pequeno Logan e ter apagado o filho da memória é, talvez, a trama mais bizarra da série, só que de um jeito bom. Em verdade, acho que é segunda trama mais bizarra, porque não existe nada que supere a melhor cena em nove anos: o cachorro comedor de coração. Algo tão épico que épico não descreve.
A questão é que, por mais estranho que isso seja, eu adorei a resolução dos traumas de Clay. Não sei se esse tipo de bloqueio psicológico realmente pode acontecer, mas não importa. Só não entendi bem se Logan estava ali para fazer Clay lembrar ou se o menino foi abandonado numa clinica psiquiátrica por todos esses anos. Fiquei em dúvida porque citam os pais de Sara, mas não explicam bem a situação de Logan até aqui.
Clay fica tão chocado por não ser capaz de lembrar-se do próprio filho que precisa fugir dali, negando que tenha sido o culpado pelo menino ficar sem família e, talvez, realmente pensando se Quinn aceitaria essa novidade sem surtar. Como já colocaram Quinn dizendo que seus ovários estão maduros e querem fazer criança, acho que o problema está mais do que resolvido. Ninguém melhor do que ela para ser a mãe do pequeno Logan.
Falando em maternidade, eu bem que havia comentado do barrigão da professorinha Lauren e aí, Markito faz excelentes piadas em cima disso. Não entendi nada quando o ex-marido de Quinn apareceu, para, logo em seguida, gargalhar alto por ele ser o pai do filho que seria de Skills, mas não é. Muito legal essa jogada humorística num episódio tão dramático, trazendo o que Skills tem de melhor, naquele cartão irônico e super bem pensado, destacando que “ele tem as habilidades”.
Até Deb reapareceu, relevante como sempre. Seria estranho a mãe de Nathan não dar nem um telefonema enquanto o filho está desaparecido. Fiquei, no entanto, decepcionada por não ter nenhuma tensão entre ela e Dan. Alguns dos melhores momentos de OTH são das picuinhas desses dois.
Algo que realmente me deixou apreensiva foi a cena final de Chase. Nunca imaginaria algo tão forte. Ele não precisou falar nada, porque só a parte visual, com as expressões faciais e os respingos de sangue foram suficientes. Acho que esse é o primeiro plot relevante de Chase em OTH (Clean Teens à parte). O pai de Chuck nunca mais vai tentar dar um “chuck” no menino.
Essa fúria de Chase deve atingir Julian, caso Brooke continue sendo incomodada por seu stalker. Xavier está dando medo em todos nós (eu tenho medo dele), com essa história de “eu não fiz nada, só estou comendo meu 3º pedaço de torta”. Sei lá. Tenho aquela sensação de que ele ainda vai salvar Brooke de alguma encrenca, não me perguntem o motivo. É a cara de Markito nos enganar com uma coisa dessas.
Mais uma vez, Dan se consagra como meu ídolo. Não consigo não amar cada cena dele, batendo em guardas de prisão como presente para mafiosos, dizendo frases maravilhosas como “Eu guardo um lugar para você no inferno”. Como tudo está bem amarrado e planejado, até o traficante do parquinho pode estar envolvido no seqüestro de Nathan e ser a chave para encontrá-lo. Mal posso esperar para ver o embate entre Dan e Dimitri, especialmente planejado por Julian.
Contudo, o melhor do episódio ficou por conta de Haley que me fez chorar muito na cena do necrotério e nas narrações em off, com aquela história do sorvete e a lembrança do quanto Naley é o casal mais perfeito já feito num programa de TV. Bethany Joy Galeotty é uma ótima atriz e sempre consegue me emocionar, mas dessa vez, ela foi além. Haley começou a reagir como alguém em mais profundo desespero, algo evidente na cena da delegacia. Vamos ver o que ela e Dan vão fazer para juntos, trazerem Nathan de volta.
P.S* Cinco episódios até One Tree Hill