Você pode beijar e até ir para cama com outros homens. Só não ria das piadas deles. Isso seria traição.
Mais uma boa semana para Modern Family, que entra no nebuloso tema do ciúme, com a participação de Greg Kinnear, como Tad, um beijoqueiro compulsivo, que não perde a chance de bitocar Claire.
Esse é mais um daqueles episódios que comprovam que estamos diante de um dos melhores elencos de comédia na atualidade. Cada personagem teve sua chance de destaque e foi fundamental para que a história saísse redondinha. As crianças (já nem tão crianças assim), estiveram ótimas, por exemplo.
As brigas entre Alex e Haley são tradição e as acusações não mudam, o que absolutamente realista. Quem tem irmãos sabe como funciona o ciclo da implicância, porque não importa o motivo, sempre voltaremos à discussão idiota de sempre. Com essas duas a inteligência (de Haley) e a falta de habilidade social (de Alex) estão sempre pululando. O diferencial foi ver Luke saindo do armário (oi?) e acabando com aquela ladainha.
Essa situação, em si, pode parecer boba, mas tudo ganha outros níveis com Betty Luke. O pobrezinho não teve como escapar desse crossdresser, que é muito aprovado por Phil e Claire. Num por um segundo eu achei que a bronca nas meninas era por vestirem o irmão como menina, mas esse final foi bom, mesmo assim.
Lily é tão fofinha sempre que a relação carinhosa dela com Gloria ajudou a montar a rivalidade com Cameron. Manny não tem mais graça para mim, mas o lance de Danielle foi absolutamente bem aproveitado. Adorei o modo como ele tentou adaptar as histórias à situações, recebendo conselhos muito controversos de todos.
De qualquer forma, não fosse por Danielle ser uma menina imaginária tão difícil, não teríamos visto tantas coisas se resolvendo. O balé de Cameron e Gloria na cozinha foi ótimo, assim como cada cena de mágoa deles nos depoimentos. A aproximação de Jay e Mitchell foi outro elemento bacana, mas piadas de advogado realmente não têm graça nenhuma.
Como Phil é, declaradamente, meu personagem favorito, é óbvio que gostei mais das cenas dele com Claire e Tad. Ninguém me convence de que Claire não tinha razão, porque mesmo que Tad beijasse na boca até senhoras mumificadas e cachorros, aquela situação dele ir consertar a mesa e levar vinho no meio do dia é altamente suspeita.
Claire fez muito bem em cobrar uma atitude de Phil, que, convenhamos, é tranquilão demais e até ofereceria a esposa se conseguisse a conta imobiliária de Tad, em troca. Os depoimentos dele (“quero voltar”) foram os melhores do episódio, sempre piorando a situação. Com Phil você pode fingir TUDO, menos risadas. Até hoje, nunca precisei fingir as minhas.