domingo, 5 de fevereiro de 2012

Grey's Anatomy 8x13: If/Then


E se Ellis Grey não fosse uma vadia controladora?

Estou em pé e batendo palmas para titia Shonda Rhimes. Não apenas alcançamos a marca de treze bons episódios como ainda sobrevivemos à maldição do 13º (que eu inventei na minha cabeça, é claro), ganhando de presente um excelente filler, feito para rechear de alegria o coração dos fãs de Grey’s Anatomy.

Fiquei um pouco tensa, achei que não iria aprovar essa viagem ao universo alternativo, mas estava completamente enganada. Foi bom e divertido, para dizer o mínimo. A boa notícia para quem não curtiu é que esse episódio não interfere em nada na temporada. Finja que ele não existe e siga contente. Não vi, até agora, alguém que não tenha entrado na brincadeira proposta pela série, mas sei que essas pessoas devem existir. Não fiquem bravas, apenas ignorem.

Como estou no grupo dos satisfeitos, resta elogiar a criatividade e essa quebra na nossa rotina. Todo mundo já se fez esse pergunta na vida: E se? Eu sei que já fiz e fiquei imaginando como seriam as coisas se outras decisões tivessem sido tomadas. O que Grey’s Anatomy fez, foi viajar nessa proposta, mostrando como seria o Seattle Grace se Ellis Grey tivesse sido uma mãe melhor, mesmo que ligeiramente.

Foi muito bom ver Meredith toda trabalhada na vidinha cor de rosa, quase como uma princesinha que teima em não seguir as instruções da rainha mãe. Ellis Grey como chefe do hospital, intimidando a equipe e a família. Só mudou o fato de que ela não deixou Meredith tão abandonada e formou uma família com Richard. Estranhíssimo ouvir o nome Meredith Webber ecoando.

Aliás, Meredith pode até ser a princesa desse castelo, mas é muito subestimada. Estigmatizada por ser filha de uma lenda da medicina e mais ainda por não ter forças e ganhar as coisas por mérito próprio. Ela aprende, no entanto. Depois de usar o nome da mãe para dividir a cirurgia com Cristina ela sai da zona de conforto e arrisca tudo para salvar a vida de Lexie, ou Lucille Ball, como ela disse se chamar.

Lexie foi uma das melhores coisas do episódio. Apareceu pouco, mas marcou com sua rebeldia e seus traumas de família. No final, teve um encontro dramático com Sloan e aí, fica por conta da nossa imaginação. Adorei ter essa visão diferente e que, ao mesmo tempo, deu a ideia de destino. Ficou certo na minha cabeça que o rolo de Sloan e Addison não daria certo e que a menina que ele quase atropelou o tiraria dessa confusão com a esposa do melhor amigo. Ou algo assim.

O casamento de Derek (McChato) e Addison iria pelo ralo, cedo ou tarde e ele, também sofrendo de falta de ousadia profissional, finalmente teria seu encontro com Meredith, naquele bar. O mesmo vale para Cristina e Owen (e Meredith, porque não dá para escapar de grandes amizades!). Ela muito temida e sempre sozinha desde o caso com o chefe da cardiologia (lembraram de Dr.BURKE!) ajudava o colega com traumas de guerra porque o amava, mesmo ele sendo casado com Callie e tendo TRÊS filhos. Ok Owen? Três está bom para você ou vamos encomendar mais meia dúzia par te deixar satisfeito na realidade C de Grey’s Anatomy?

Realmente achei bizarro esse casamento de Owen e Callie. Talvez a situação mais fora de contexto de todas, mas que acabam com olhares entre a esposa insatisfeita e Arizona. Outra coisa ótima foi ver que EU ESTOU CERTA e existe tensão sexual entre Karev e Kepner. Quem ainda acha que Kepner tem algo com Avery pode começar a esquecer. Shondinha acaba de provar minha impressão.

Nesse mundo paralelo também não houve o grande tiroteio no hospital e aí, Kepner teria até a opção de ficar com o colega grandalhão (esqueci o nome dele mesmo) em vez de se atracar com Karev, nessa versão meio “livro de auto-ajuda” que me assustou muito.

Teve até menção à Izzie (A LOUCA que teve um caso com um paciente e foi denunciada por Meredith) e O’Malley (O 007, que desistiu depois de reprovar). Bailey então, estava estranha na versão Natzi rastafári sem voz ativa. É por aí que a gente vê o estrago que uma personalidade corrosiva como a de Ellis pode fazer.

Nem mesmo Bailey pôde manter sua força e teve de seguir carreira longe dali. Richard igualmente. Um homem centrado, mas sem forças para lutar contra o domínio da esposa. No fim das contas, nem Ellis era de todo ruim. Fica óbvio que ela era uma mulher que impunha níveis impossíveis para si mesma e para os outros, sofrendo as consequências disso tudo. Ellis estava condenada, de certa forma, mesmo sem sofrer com Alzheimer.

Depois de presenciar isso tudo, cheguei a uma única conclusão: O interessante foi a mensagem. Não importa quando e como, as coisas que tem de acontecer vão acontecer. A essência da sua vida não muda, mesmo que os caminhos trilhados fujam do convencional.

Comentários
7 Comentários

7 comentários:

Paula Lelis disse...

Excelente o seu texto. Adorei esse episódio, foi bom ver outras possibilidades. Mas, no final, o destino sempre "vence". Beijos

Patricia Melo disse...

"... com Karev, nessa versão meio “livro de auto-ajuda” que me assustou muito." RSRSRSRSRSRS ele estava parecendo em livro mesmo!!!!
Também achei o episódio interessante, não foi um dos melhores, mas também não conseguiu estragar a ótima campanha que Grey's vem fazendo nessa temporada. Titia Shonda está de parabéns mais uma vez!!!

PS. A Kepner como a melhor amiga vadia foi impagável!!!!!

Ótima review!!!! 

Sophia Donato disse...

Haha eu também adorei o episódio, legal que mesmo eles tendo destino diferentes, os casais serem diferentes nesse mundo alternativo, eles sempre vão ter uma ligação no final. Adorei a review Camis

Chelsea disse...

Depois do jeito como a Izzie foi retratada no episódio, acho que a Katherine Heigl deveria desistir de tentar voltar. Mas pelo menos espero que na realidade alternativa o Denny tenha ficado vivo e eles estejam felizes e com filhos.

Gustavogm disse...

Adorei o episódio, muito interessante ver como a vida desses personagens poderia ser com a presença da Ellis. No início achei que seria tudo diferente, mas o episodio foi mudando até chegar na realidade original. Tb concordo com vc o casal mais absurdo foi a Callie com o Owen, os dois devem ter sobrado e acabaram juntando eles... A melhor parte do episodio foi a citação da Izzie a Louca!! morri de rir.

Janaina disse...

Gostei tanto que quero parte 2 do Lado B de Greysa....

Isso serviu pra gente ver que toda a falta de ambiente familiar pra Meredith e aquela jornada de amadurecimento dela durante as temporadas fez com que ela se tornasse uma pessoa agregadora, ansiosa por construir um ambiente familiar acolhedor para as pessoas em volta dela.

Esse traço de personalidade fez com ela lutasse pela Izzie e assumido falsamente que cortou o DAV do Denny (lembra que ela foi a primeira a dizer que tinha cortado os fios?), ou fosse na viagem de lua-de-mel fail com a Cristina na 4 temp, ou ajudasse o Alex com os problemas de família dele, tentasse se aproximar do pai e da Lexie, aliás tmb fez com ela dissesse pro Derek a famosa frase "pick me, choose me, love me"!!! 

Ou seja, Shonda Rhimes passou lindamente na nossa cara que Meredita sempre foi protagonista dessa bagaça!!!!

PS: Agora que eu lembrei de várias coisas que Meredita fez na série deu uma vontade de voltar a assistir as temporadas passadas.

juliana disse...

janaína matou a charada: shonda esfregou na nossa cara que meredith sempre foi a protagonista da série. e, só pra discordar da gelere, acho que owen e callie não são tão aleatórios assim (ainda mais no mundo dos inseguros), ela sempre foi casamenteira e quis ter filhos. e o owen, né?, piadoca da camis disse tudo.