E não é que funcionou?
Não sei exatamente que tipo forte de macumba on-line fizeram para que eu assistisse Work It e não terminasse completamente enojada. Eu estava mais do que pronta para odiar tudo, achar tudo uma droga e fazer meu discurso sobre como detesto Sitcoms desse tipo, mas não. Cá estou eu, pronta para dizer que a comédia estreante da ABC não me causou náuseas ou coisa do tipo, só vergonha alheia. MUITA vergonha alheia.
Isso pode parecer uma crítica (e de certa forma é), mas o ponto importante é que Work It tem justamente o objetivo de ser vergonha alheia. Não estão tentando nos vender uma produção capciosa no figurino ou no roteiro. Querem proporcionar um humor fácil e leve e esse objetivo o Piloto cumpre muito bem.
Confesso que ri em vários desses momentos vergonhosos, como aquele em que o protagonista encara um almoço com as colegas de trabalho pela primeira vez, percebendo que seu sanduíche de metro era o equivalente às refeições de um mês inteiro das demais. Ele fica apenas com uma folha de alface, para fazer a linha ‘fitness’ e isso é bobo demais, mas almoço de mulherada é um festival de folha verde e estômagos roncando, vinte minutos depois, porque ninguém comeu o suficiente para se manter em pé.
Ri também da colega de trabalho maluca de voz estridente, e seu **spoiler alert** seguido do spoiler de que a mocinha do livro (do clube do livro da empresa) morria no final. Em outro momento, um porto-riquenho diz que será bom representante farmacêutico devido à experiência de seus conterrâneos em vender drogas. Provavelmente sou muito patética por sequer esboçar um sorriso nessas situações, mas pelo menos sou honesta.
Para quem não faz ideia de qual seja o tema de Work It, vale dizer que é uma comédia sobre dois homens que, após um ano desempregados, percebem que o mercado de trabalho está bom para a mulherada, resolvendo que se travestir é a melhor saída para escapar da recessão.
Todo esse plot é completamente ridículo, tanto em teoria quanto na execução. Imaginem dois machões, um que é pai de família, inclusive, tentando descobrir as ‘trucagens’ para esconder seus respectivos pipis nas saias justinhas, além de desvendarem os mistérios da maquiagem, do salto alto e da moda, como um todo.
São cenas bastante óbvias e muito focadas nas situações clichês, mas que por algum motivo funcionam dentro da proposta da série. Eu tinha certeza absoluta de que não suportaria nem mesmo vinte minutos disso, mas sobrevivi sem dificuldades. Desconfio de que muita gente vá gostar bastante do episódio e aprovar esse estilo de humor mais popular.
Ben Koldyke interpreta Lee Standish, que mais tarde se transforma na gigantesca e pouco delicada Lady Lee. Ele é o primeiro a encarar o desafio de ser uma mulher e, em sua tentativa maluca de garantir o sustento da esposa Connie (Beth Lacke) e da filha Kat (Hannah Sullivan), vai aprender uma ou duas coisinhas preciosas sobre o universo feminino, o que deve ajudá-lo em sua relação com as mulheres de sua vida.
Amaury Nolasco encarna Angel Ortiz, nossa Lady Angel, o melhor amigo de Lee, craque em mecânica, que logo se interessa pelos mistérios que incluem usar um vestido colado sem deixar a marca da calcinha aparecer.
No elenco há, ainda, diversas mulheres, todas companheiras de trabalho de Angel e Lee na empresa farmacêutica , entre elas Rebecca Madder (Grace, a nojenta do escritório), Rochelle Aytes (Vanessa, a chefe), Kate Reinders (Kelly, a loira burra) e Kristin Eggers (Kristin, a maluca de voz aguda).
A série é criação de Andrew Reich e Ted Cohen, que também são os produtores executivos de Work It.
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