quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Touch 1x01: Pilot (Series Preview)


Tudo está conectado.

Se você aí é um dos grandes fãs de Kiefer Sutherland e seu trabalho como Jack Bauer em 24, chegou a hora de conferir o novo trabalho do ator. Touch, que estréia oficialmente pela FOX no dia 19 de março, teve liberado seu preview, numa estratégia de lançamento parecida com a utilizada em Glee.

O objetivo, como sempre, é causar alvoroço e aguçar a curiosidade de potenciais fãs, que terão muito tempo para avisar os amigos da grande série que não podem perder. Será? Essa tática pode ser um tremendo tiro no pé.

Touch é uma série que vem com grandes pretensões. A promessa é a de que teremos uma mistura de ciência, espiritualidade e emoções, o que pode até parecer maravilhoso em teoria, mas nem sempre funciona muito bem na prática. Se eu disser que a série é criação de Tim Kring (Heroes, Crossing Jordan) a situação começa a ficar preocupante. Juntando-se a isso não um, mas dois produtores executivos (Peter Chermin e Katherine Pope) do imbróglio Terra Nova, também da FOX, já dá até vontade de se esconder embaixo da cama.

A despeito de qualquer suspeita sobre a qualidade de uma temporada inteira de Touch, algo que só poderá ser julgado mais tarde, devo dizer que o Piloto é bom e apenas bom, embora hoje em dia, um Piloto bom seja algo quase milagroso.

São 50 minutos de cenas entrecortadas que obviamente serão todas conectadas em algum momento (já que esse é o mote da série), mas o episódio peca um pouco em criar interesse nas pessoas que aparecem em todas essas sequências.

A ideia do celular que viaja por diversos lugares do mundo, ligando cada personagem é interessante e vende bem a proposta da série de que existem laços invisíveis amarrando a vida de todas as pessoas que estão destinadas a fazer parte também da nossa. É como o conceito de “mundo pequeno” em que um dia você descobre que o amigo da namorada do primo do seu vizinho estava ao seu lado numa foto tirada num grupo de viagem da sua infância e você nem sabia. Complicado, é verdade.

É por isso que o segredo para o sucesso de Touch estará nos detalhes. Se os roteiristas forem capazes de criar conexões, apresentá-las e fechá-las à perfeição essa é uma série que pode valer a pena acompanhar. Por outro lado, um mínimo esquecimento ou descuido nesse departamento pode estragar toda a experiência do espectador.

O desenvolvimento da trama poderia ter sido um pouco mais ágil, especialmente em relação aos personagens centrais Martin (Sutherland) e Jake (David Mazouz), mas o ritmo é perfeitamente compreensível quando estão tentando introduzir uma história que pretende ser realmente complexa. Nesses casos, uma base sólida de informações vai fazer toda a diferença no decorrer da temporada.

Na série, Martin é um ex-repórter, viúvo, que perdeu a esposa durante o atentado de 11 de Setembro e que dedica sua vida a cuidar do filho, Jake, um garoto de 11 anos que nunca pronunciou sequer uma palavra e parece não ter qualquer conexão com outros seres humanos, muito menos com o pai.

Jake é aficionado por números (318318318318318318318) e telefones celulares. Essa obsessão tão contundente, somada ao hábito do menino de escalar torres telefônicas, acaba mostrando para Martin que descobrir o significado dessa sequência numérica é o único modo de realmente comunicar-se com o garoto. Em sua busca por conseguir, finalmente, conectar-se com Jake, Martin acaba conhecendo Arthur Teller (Danny Glover) um especialista em “crianças com dons raros que vem dos números” (coloquei entre aspas porque esse é a descrição OFICIAL do personagem, riam à vontade).

É com Arthur que Martin percebe que Jake tem o poder de perceber cada padrão escondido no mundo e que conecta cada forma de vida existente. Logo, o trabalho de Martin passa a ser o de decifrar as mensagens de Jake e reconhecer o que elas realmente significam, juntando cada pedaço de informação para chegar a um objetivo final.

Nesse Piloto, como exemplos, vemos as mensagens de Jake evitarem a morte de crianças, que seriam queimadas dentro de um ônibus e a explosão de uma bomba num país árabe, só porque um garoto precisava de um forno para sustentar a família e acaba se envolvendo com terroristas.

O problema é que o comportamento estranho de Jake acaba colocando pai e filho sob a mira de assistentes sociais, que acreditam que o garoto ficaria mais seguro vivendo numa instituição. Clea Hopkins (Gugu Mbatha-Raw), encarregada do caso, logo nota que as necessidades de Jake vão além do entendimento de qualquer pessoa e deve embarcar nessa jornada em busca de padrões que evitam tragédias, ao lado de Martin, desenhando o destino da humanidade.

Como eu não sei nada sobre o destino da humanidade e sou péssima somando até dois mais dois, desejo apenas que as pessoas encarregadas de desvendar os padrões de Touch sejam competentes o bastante para não estragar o potencial que têm em mãos.

Tim Kring, além de ser criador da série, escreveu o roteiro desse Piloto. Além dos já citados, temos na produção executiva de Touch: Francis Lawrence (Water for Elephants), Kiefer Sutherland, Suzan Bymel (The War at Home) and Carol Barbee (Jericho) are executive producers. Lawrence dirige esse Piloto.

Comentários
12 Comentários

12 comentários:

Mikael Palhares disse...

As pessoas mostradas nesse primeiro episódio não vão retornar no próximo. Todas tiveram um desfecho, caso não tenha percebido, e os próximos focarão em outro grupo.

Camila Barbieri disse...

Mikael, eu sei que elas não voltam e que esse foi o caso só do 1º episódio, tanto é que eu sequer listei os personagens e os atores por nome.

João Paulo C F Longo disse...

J.J. Abrams: Um pé atrás. 
Tim Kring: Dois. 
Spielberg: Três. 
Procedural Quatro.

Vou fazer as somas e verificar o que aconteceria caso eu não perca meu tempo vendo o próximo. Talvez esteja na rua no momento de um acidente e na tentativa de salvar crianças eu morra na explosão junto com todas elas.

É, vou ver o próximo episódio só pra garantir que tudo acontece como deve acontecer. A premissa me lembra muito o efeito borboleta da teoria do caos batido com um pouco da matemática que permeia a natureza e seus padrões. 

Me lembrou, também, o filme Crash. 
Se removermos a coisa dos números temos o filme em si.

Jorge Moraes disse...

Depois de Heroes (eu assisti TODAS as temporadas dessa bosta) eu jurei que nunca mais ia ver nada que tivesse Tim Kring envolvido. E parece que vou pagar a língua, pelo menos por enquanto, pq eu gostei bastante do episódio, apesar de sentir uma tremenda vibe Heroes.
Espero que esse cara não estrague tudo (de novo)

Nana disse...

Peraí o clone do Matt Bomer não voltará? Chorei a toa em tão? Que sacanagem.. Nem o MIB volta? Até o fumaça ganha na loteria menos a gente haha..
Eu gostei até.. e depois de saber que tem o dedo do Francis Lawrence me empolguei mais ainda para acompanhar.

gabriel disse...

Sei lá mas isso meio que me lembrou o filme Presságio.

jomas thebest disse...

Gostei muito do piloto, como Camis deixou claro, o ritmo é um pouco lento, mas é compreensível, afinal é a apresentação da história. Gostei de quase tudo, mas o personagem de Glover, não achou sua consistência ainda. O cara não me pareceu inteligente, pra falar francamente. Ele não se mostrou um acadêmico sério, mas as definições empregadas foram muito senso comum. Acho legal quando o personagem pensa out of the box, mas o personagem de Glover não me convenceu. 

jomas thebest disse...

Um mal Presságio? kkkkkkkkkkkkkkk

jomas thebest disse...

Camila, só pra constar, gostei de seu review, informa e critica na medida. Discordei de algumas coisas e por isso gostei. Gosto de ler coisas diferentes do que penso, pelo gosto de conhecer uma boa argumentação.

jomas thebest disse...

PS, foi legal ver o Sutherland tomando um pau, deu uma boa ideia de realidade.

Victor Hugo disse...

Eu sou a unica pessoa do mundo que ficaria com o celular caso achasse dentro da minha mala??? '-' Tá eu tentaria achar o dono e talz, mas eu nunca colocaria em uma outra bolsa de outra pessoa!! u.u

Victor Hugo disse...

Só bom?? Nossa esse foi o melhor piloto da minha vida, melhor do que Smash, (bem melhor do que)Alcatraz, tudo!! Concordo que no começo não sentia um nada pelos personagens avulsos, mas no minuto 30 qualquer coisinha que acontecia eu já desabava, tipo o sonho daquela mulher se tornando realidade(cantora), o cara revendo as fotos de sua filha, o menino e o plot do fogão! Foi realmente tocante! 

O que me preocupa é o fato de que esse episódio foi feito em muito tempo e de que pra fazer os outros eles não terão o mesmo tempo e acabará sendo fraco! Afee Camis agora vc me colocou um peso na conciencia, produtores de Terra Nova?? :O kkkkk