segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Fringe 4x10: Forced Perspective


Nada está escrito em pedra.

O leãozinho Simba, em o Rei Leão, diz a seguinte frase: “Perigo? Eu rio na cara do perigo.” Pois é. A relação dessa frase com Fringe NÃO foi uma referência que você perdeu, mas sim, a impressão que ficou na minha cabeça depois de assistir a esse episódio.

Gostei da história e do caso da semana, mas de verdade, quando sei que a série não está segura para outra temporada (por enquanto, porque minha macumba on-line vai desamarrar o 5º ano de Fringe), imagino os roteiristas e produtores falando assim: “Cancelamento? Eu rio na cara do cancelamento.”

Sério. Eu realmente acho que eles fazem isso, porque não é possível que, numa época de tanta insegurança, eles se dêem ao luxo de apresentar a trama assim, vagarosamente, como se Fringe fosse a série de maior audiência em todos os universos, sem chance de não ter continuidade pelo tempo necessário ou um final a contento.

Quero deixar claro que não sou contra episódios desse tipo. Muito pelo contrário. Eu gosto deles porque criam expectativa em relação aos acontecimentos da trama central (e porque nem tudo precisa representar profundo desenvolvimento da mitologia), deixada em suspenso, mas, nesse caso, o incentivo para assistir vira sensação de terror para os fãs que, sejamos sinceros, estão a cada dia mais impacientes em relação ao conteúdo dessa temporada.

Apesar de eu classificar esse episódio como “mosca branca” (sem importância vital) ele não é filler. A história continua em andamento, mesmo que em pequenas proporções e o caso de Emily Mallum atua justamente aí. Para começar temos a retomada do assunto sobre o futuro de Olivia. Uma garota capaz de prever a morte de pessoas próximas a ela, envolvida em possíveis experiências com a Massive Dynamic, é a definição clara do significado do título desse episódio. Uma perspectiva forçada, para que Olivia comece a notar as reais intenções de Nina, que definitivamente não é o mais próximo que ela tem de uma mãe. A não ser, é claro, que a mãe de vocês tenha o costume de injetar cortexiphan e tratá-los como ratos de laboratório.

Quando Emily revela a insistência da Massive Dynamic em tê-la como objeto de estudo, Olivia rapidamente relaciona isso com sua própria história em Jacksonville. Nina sequer fingiu não saber quem era Emily ao ser questionada sobre a menina. É nesse ponto que Olivia deveria (e vai) pensar.

Se Nina não pestaneja em se aproximar de Emily diante de todo seu suposto amor por Olivia, porque ela teria, no passado, deixado passar a oportunidade de manter outra criança com capacidades incríveis fora de sua vista? A descoberta sobre a verdadeira intenção de Nina está por vir e torço para que seja logo, já que ela promete um “remédio milagroso” para as dores de cabeça de Olivia, o que não deve ser bom sinal.

Os Observadores voltam à baila também, me fazendo lembrar um pouco da 1ª temporada, quando começamos a aprender quem são os carecas e qual a função deles, afinal. A explicação de Peter, de que eles são criaturas quase que onipresentes e com a habilidade de existir em períodos temporais diversos é uma boa retomada, embora não nos dê pistas sobre o que aconteceu com September.

Algo que questiono desde a morte de August, na segunda temporada, pode até soar estranho, mas é algo assim: Para onde vão os Observadores? O conceito de o que eles são não me parece muito incompatível com a ideia de morte, propriamente dita, mas talvez seja pelo fato de que, em quatro anos de série, continuamos sendo capazes de descrever os Observadores em poucas palavras e sem qualquer profundidade.

Juntando a história de Emily com o que o Observador diz sobre o futuro de Olivia, uma coisa fica clara: tudo pode acontecer. Mesmo que September tenha dito que Olivia precisa morrer, a missão de Emily parece ser a de mostrar que até que isso aconteça, as coisas podem mudar. Emily passou a vida acreditando que as coisas que via eram inevitáveis, mas a intervenção de Olivia no atentado à bomba foi crucial e definiu um rumo diferente do esperado.

Outro tópico recorrente tem sido a relação de Peter com a Máquina do Apocalipse. Walter começa a trabalhar na ativação da dita cuja, mas é entranho que Peter não seja mais a interface biológica que faria tudo funcionar. Estranho porque sequer nos mostraram uma tentativa de interação entre Peter e a Máquina e, como sabemos, de acordo com o final da 3ª temporada, o design foi especialmente criado para Peter, naquele futuro em que Olivia morre. Essa morte é o que motiva a construção do aparelho, que é plantado em locais estratégicos pelas Primeiras Pessoas para ser encontrado na época atual.

Se a Máquina do Apocalipse continua existindo, para mim, Peter continua sendo uma constante. Ou seja, tudo foi construído para que ele pudesse operá-la, em algum momento especifico. É claro que algumas coisas podem e devem ter mudado desde que a existência de Peter foi tecnicamente apagada, então, não resta alternativa a não ser esperar por mais informações para validar qualquer pensamento ou teoria.



Semana passada eu havia dito que o Glyph Code fazia pouco sentido prático dentro do episódio e que eu esperava encontrar alguma coisa relacionando-o com o código de agora. Tudo parece mais claro e perfeitamente cabível. O Glyph do episódio é MARCH, o que pode fazer pensar que o Observador (Março, no caso, já que todos são chamados pelos meses do ano) que aparece no fim do episódio carrega esse nome.



No entanto, o grande assunto tem sido a morte de Olivia e os planos malignos de Jones e Nina, o que leva a crer que a união dos dois códigos mais recentes tem um sentido especial: DEATH MARCH ou a Marcha da Morte. Pode até ser coincidência, mas duvido muito que seja. Raramente as palavras se encaixam tão bem e tem um significado tão claro.

Comentários
9 Comentários

9 comentários:

Tatiane Lopes disse...

Uma das melhores coisas de ver Fringe é dps de assistir, ler sua review Camis.. Geralmente comento só no serie maníacos, mas acabei de ver esse episodio e vim aqui procurar pela review..

Tbm acho que essa é a frase que resume o pensamento dos roteiristas: “Cancelamento? Eu rio na cara do cancelamento.” rsrsrrsr

Realmente só temos que esperar a Olivia juntar os pontos e descobrir o que a "mãe" dela anda fazendo. Nesses dias de incerteza essa é minha maior curiosidade..

Agora é aguardar e ver no que vai dar.. Abraço

Claudio disse...

sei lá, fringe tá meio estranha.
a temporada até que está legalzinha, mas pra falar a verdade eu não estou pouco me importando pro que acontece no universo C e D já que quando o peter voltar para o lado A tudo o q aconteceu no C e D não terá importância.
o q eu queria ver mesmo de fringe é o q aconteceu no lado A e B depois do final da terceira temporada.
pra mim até agora essa temporada toda está sendo filler, a historia só vai ser retomada depois que o peter voltar.
se a série tivesse confirmada mais uma temporada estaria tudo bem em aprofundar na mitologia da série mas como essa deve ser a ultima temporada quero logo que volte a historia principal.

será q eu não estou entendendo fringe?

João Paulo C F Longo disse...

Me dei o direito de assistir os minutos iniciais e finais do episódio assim que percebi o "caso alheio e sem ligação da semana". Hoje assisti novamente, desta vez o episódio inteiro, e... credo. 

Pra mim Fringe acaba nessa temporada. Duvido que vai ficar faltando alguma história a ser contada. Queiram um procedural de oito temporadas, tal qual a primeira temporada, e não rolou. Mudaram, aceleraram a história a ponto de precisarem dessas enrolações pra fecharem a coisa toda.

Rodrigo Bibo disse...

Também me deleito com sua análise! Parabéns pelo trabalho!

Jose Fa20 disse...

Confesso que não assisto mais Fringe com a mesma empolgação de antes. E nem acho que seja tanto por serem universos diferentes dos quais estamos acostumados, mas é que tá sem ritmo, sem graça, sem clima e sem emoção. Esperando pra ver as coisa melhorarem.

Tatiane Lopes disse...

Concordo com vc, maaaas tenho a impressão que é exatamente isso (a 4 temporada) que acontece dps que o Peter some, pq os observadores falaram: ele nunca existiu, eles não se lembram dele...

Se que eu não vou gostar nada se for isso msm, mas se não for isso qual o propósito de toda essa temporada, não acho que eles fariam só pra ser filler..

Carlos Vitorino disse...

Estão vendendo (pré-venda) uma suposta 5ª Temporada de FRINGE...

http://www.bestbuy.com/site/WARNER+HOME+VIDEO+-+FRINGE+5TH+SEASON/3686055.p?id=1218426415571&skuId=3686055&st=fringe&cp=1&lp=2 

Será?

fringie disse...

Voces são sao muito otimistas mesmo...Achei esse episodio um dos piores de fringe ate aqui.E pqp o que se passa na cabeça desses roteiristas? Se pelo menos fosse um caso interessante ao modo Fringe,mas não,foi a coisa mais sem criatividade em muito tempo.Ate em viagens no tempo os caras faziam um negocio foda como foi aquele da White Tulip ou o dessa temporada,mas serio? menina que ve o futuro e o desenha pra tentar impedir a mortes.E no final ajuda a policia a prender um atentado terrorista? Cade a criatividade meu povo?! 

Quando o episodio começou com Olivia vendo as fotos do observer eu achei que seria um episodio fods focado nisso,daí surge uma garotinha e começa a desenhar na estrada,eu rezei que ela não estivesse desenhando o futuro ali (pelo menos estivesse desenhando o que estivesse acontecendo em outro universo) .E porr@,que menina chata,atua mal pra c******! Se pelo menos fosse como aquele guri do terceiro episodio.Só espero que continuem com a mitologia e os planos do Jones (esse cara é fods) e que pelo menos os fillers sejam criativos como aqueles da segunda temporada (quem se lembra do nazista que criou uma toxina que era capaz de escolher quais indivíduos atacar?)...

Sophia Donato disse...

Também concordo com o Claúdio aqui embaixo. Queria ver mesmo o que aconteceu com os lados A e B...Parece que ta começando tudo de novo, lados C e D, onde as criaturas aparecem como ja apareceram nos lados A e B e ficam lá causando, mas pra que? Vai ficar repetitivo, tem que desenrolar isso logo! Tomara que tenha uma 5ª temporada, todos torcendo