domingo, 15 de janeiro de 2012

Fringe 4x08: Back To Where You've Never Been


Infiltrados.

Os dias sem Fringe acabaram e mesmo que esse episódio tenha sido um dos mais interessantes até agora, não consigo curtir muito bem diante da sombra do cancelamento. Passei um tempão pensando se comentaria sobre isso ou não, mas isso é quase um desabafo. Eu tento, melhor, eu quero ser positiva em relação ao futuro da série, mas sabendo o quanto essa quarta temporada saiu milagrosamente, não sei que tipo ação dos deuses pode ajudar para que ainda tenhamos o quinto ano da série.

O que me entristece é saber que os produtores planejaram Fringe para cinco a sete temporadas. Penso nisso e nas possibilidades que jamais serão exploradas e me pego aterrorizada pelo fantasma da série foda de ficção científica sem final fechado. Olhando a temporada em perspectiva não vejo como podem encerrar Fringe de forma épica.

Digo isso porque estamos – e esse episódio é prova disso – numa trama em expansão. Vejo as três primeiras temporadas como um grande arco contínuo e, portanto, o que vimos na Season 3 foi a convergência do universo apresentado até então.

Agora a realidade é outra. Ao que tudo indica estamos explorando os universos C e D (lembrem que as possibilidades de universos são infinitas e vem sempre em pares), ameaçados por um inimigo comum (que cria e envia os shapeshifters 2.0 para ambos os lados), além da jornada de Peter de volta para casa.

Aqui a história a ser contada está nos primeiros passos de seu desenvolvimento e, para que a trama seja plena, é preciso tempo. Infelizmente, como não somos Observadores, não temos o poder de viajar e manipular a malha temporal, procurando soluções para salvar Fringe ou encontrando um universo menos “Dark”, onde já teríamos garantidas as tais sete temporadas.

De qualquer forma, não deixo de admirar a boa proposta trazida por esse episódio, que começa com mais um sonho de Peter, feliz entre Walter e Olivia, precisando encarar um problema: a máquina de waffles quebrou e só Walter pode consertá-la. Pode parecer piada, mas é uma bela analogia para a funcionalidade da Máquina do Apocalipse.

No entanto, juntando essa informação ao que já conseguimos no sonho anterior, dito por Olivia - “Peter é o problema” - não sei bem o que concluir. O que soa estranho é essa fé de Peter de que a solução para ele é a Máquina do Apocalipse. Do meu ponto de vista, ele poderia ir parar em qualquer universo paralelo, sem necessariamente conseguir voltar a seu ponto de origem. Lógico que, contando com a inteligência de Walternativo-tivo, o uso da máquina pode ser calculado e quem sabe, tudo se encaixe.

Aliás, essa viagem ao lado D foi muito interessante e cheia de descobertas. Para começar, essa parceria entre Peter e Walternativo-tivo me surpreendeu. É que esqueço do fato de que, mesmo fisicamente iguais, essas pessoas não são exatamente as mesmas e que os pequenos detalhes que foram diferentes em suas vidas podem determinar caminhos variados, de realidade para realidade.

Se no lado B, Walternativo é um Secretário de Defesa com sede de vingança, no lado D, ele enfrenta outros problemas, como os shapeshifters 2.0 e nunca teve a esperança de encontrar seu verdadeiro filho novamente, porque esse morreu no lago e nunca foi criado por Walter.

Essa leve mudança determinou que Peter encontrasse nele um aliado. Não sei até que ponto Walternativo-tivo é confiável, mas quando há um inimigo maior a combater, com intenções absolutamente desconhecidas, tudo pode ser.

O que fica claro é que os universos C e D lidam com um novo “vilão”, que está infiltrando membros de seu grupo em instituições e em diversos níveis de poder. Walternativo-tivo percebe esse grande problema antes de todos, mas está de mãos atadas, diante do caos que uma informação como essa causaria.

Os shapeshifters 2.0 podem ser, nesse momento, qualquer um que esteja dentro de Fringe. Já vimos que Droyles (Broyles do lado D) é obviamente um deles e que Dolivia e Lee (odiei Dlee) podem ser as próximas vítimas.

No controle dessa operação para lá de estranha temos ninguém mais, ninguém menos que David Robert Jones. Se você não lembra dele, não viu a primeira temporada de Fringe com a devida atenção. A primeira aparição dele foi em “In Wich We Meet Mr. Jones”, tendo retornado depois em “Safe”, “Ability” e na Season Finale “There’s More Than One Of Everything”.

Basicamente, Jones é um ex-funcionário da Massive Dynamic, um biotecnólogo extremamente talentoso, inteligente e perigoso, capaz de se teletransportar para fugir de uma prisão Alemã de segurança máxima. É Jones quem propõem aquele quebra-cabeça em que Olivia precisa apagar as luzes com a força da mente. A temporada termina com ele tentando passar para o lado B para encontrar William Bell, sem sucesso por morrer, partido ao meio, quando é impedido por Walter, Peter e Cia.

O curioso é notar que, sim, Jones é capaz de criar os shapeshifters 2.0 e enviá-los para dominar dois mundos, mas a perguntar importante é: por quê? Não sei citar ainda um bom motivo, além de que ele quer ter poder, mas começo a cogitar a possibilidade de que Jones tenha alguma coisa a ver com a aparição de Peter no lado C, para que algum interesse escuso em relação a maquina do Apocalipse (talvez, quem sabe?) seja cumprido. Aí sim, Peter vai ter que parar de dizer que nada do está acontecendo é problema dele. Vale lembrar que essa é só uma teoria maluca minha e não um spoiler da série.

O pessoal da Fringe Division em fez pensar em qual o motivo das cópias/versões sempre implicarem umas com as outras. Os dois Lee’s tiveram uma dinâmica provocativa e desconfiada muito parecida com a de Olivia e Bolivia, embora eu aposte que, nesse caso, eles possam acabar trabalhando juntos, diante da descoberta de que Droyles está comprometido.

No lado C, Olivia fica à espera do retorno de Peter e Lee e recebe uma visita importante. September deixa a mensagem de que Olivia tem que morrer, porque não existe, em nenhum dos universos, uma solução para tudo isso, sem que esse fato se concretize.



O mais intrigante é que September, nosso Observador mais amado e mais conhecido foi baleado no peito e desaparece sem que saibamos o que aconteceu, quem foi o responsável e se ele sequer sobreviverá. Se até os Observadores são alvos agora, o futuro não reserva situações nada fáceis.

Como dessa vez o Observador foi fácil de achar (mas aí está a foto, caso alguém tenha perdido essa aparição relâmpago), pularei logo para o Glyph Code da semana: JONES. Sem mistério, não é mesmo? Acho que poucas vezes um código foi tão fácil de entender e de conectar com o episódio como esse, porque não existe outra explicação além de que David Robert Jones é a chave para o entendimento dessa temporada de Fringe.



Lembrando que Peter começa sua volta para casa na estrada de tijolos amarelos, assim como Dorothy, em O Mágico de Oz, tivemos mais uma referência à obra. Na saída do anfiteatro no lado D, Peter diz para Lee: “Espantalho, vamos. Os macacos voadores estão chegando”. Vale lembrar que Peter já foi o Homem de Lata (porque não tinha um coração) no episódio musical, “Brown Betty” e que novas ligações com essa história surgem a cada episódio.

Outra coisa bacana de notar é a experiência de Walter com os cata-ventos. Todos, menos um, o de metal, giram na mesma direção, “desafiando as leis da física”. Pensando em tudo o que aconteceu até agora, só posso concluir que Peter também está desafiando as mesmas leis.



P.S* Tomei um susto quando o fake Brandon leva um tiro de Walternativo-tivo.

P.S* Muito bonita a sequência em que Peter encontra sua “mãe”, especialmente depois de Walter ter revelado o modo como ela (no lado C) suicidou-se, em depressão pela perda do filho.

P.S*#CrossTheLine

Comentários
9 Comentários

9 comentários:

João Paulo C F Longo disse...

Meio estranho planejarem a série para ter até sete temporada sendo que esta temporada poderia ser resumida em dois episódios.

Podem jogar pedras mas este episódio foi muito bom porque os anteriores foram muito abaixo daquilo que considero ser Fringe. Parece até que os roteiristas aprenderam com a CW como enrolar numa série pra economizar: esticar a história com os velhos caso da semana polvilhando, claro, com referências pra não perder uma parte dos poucos espectadores que tem.

AMO o universo de Fringe mas honestamente está com cara de comics e sua intermináveis histórias, universos paralelos e toda aquela enrolação clássica de quem teme encerrar um sucesso e não conseguir produzir um novo. Acontece que Fringe não é sucesso, então estão se segurando porque?

Welington Araújo disse...

Tenho lido coisas nada animadoras sobre o futuro de Fringe e prefiro encarar a realidade. Mas mesmo que essa seja a última temporada, Fringe foi uma série que valeu cada minuto.

Sobre esse episódio, gostei muito de conhecer o lado D, especialmente o Dualternativo. Eu estou certo de que ele é confiável e pode ser um bom aliado para Peter, a partir do momento em que eles descobrirem quem é o real inimigo deles.

Sobre Jones, a aparição desse homem na série indica o quão bem ela é planejada. "Ressucitar" um vilão da primeira temporada e colocá-lo tão bem na quarta temporada da série mostra a qualidade do roteiro. Aliás, os quatro últimos glyph codes formam a frase que diz que Jones ainda está vivo. Não sei se é muita viagem minha, mas se ele "ainda está vivo", poderia ser o mesmo Jones do lado A, que "nunca morreu"? E o que a morte de Olívia tem a ver com tudo isso? Já sabemos que no universo A ela não morre, pelo menos até o ano 2026.

Enfim, muitas pontas soltas. Espero que os roteiristas consigam amarrá-las até o fim dessa temporada.

#Crosstheline

Marilai disse...

Me dói saber que o mundo de possibilidades de Fringe pode ser encerrado sem um fim descente...A qualidade da série é inegável e a forma como a estória esta sendo conduzida é impecável...Precisei rever desde a primeira temporada pra descobrir isto...tudo esta interligado, mesmo coisas que parecem perdidas e sem relação com a mitologia da séria acabaram por revelar-se uma parte desta mitologia...não vejo muitas séries, e uma boa parcela das séries que vejo são meras distrações, entretenimento; Fringe está além disto, muito além...cada episódio de Fringe me faz questionar, me faz querer entender e elaborar teorias para o que esta acontecendo....

João Paulo respeito sua opinião, mas não concordo com ela...tudo bem que Fringe não é e nunca será uma série badalada, super comentada e talz....e por isto quem gosta da série sofreu e sofre com a maldição do cancelamento , mas isto não reduz a qualidade da série...não se esqueça que o "sucesso" de Fringe é "medido" pela público americano que venhamos e convenhamos não serve de base - talvez para comédias e séries fáceis - mas pra Fringe não!!!!.....As pessoas que assistem Fringe não querem algo pronto pra ser engolido, querem deliciar, saborear e serem surpreendidas....

Embora tenha achado os primeiros episódios desta temporada lentos (principalmente pela expectativa deixada pela finale da season 3), acho-os de extrema importância para a reconstrução das série, já que estamos diante de novos universos, novas possibilidades, novas estórias....as vezes refletindo sobre esta temporada chego a conclusão que é uma nova série, se não tivesse visto as temporadas anteriores poderia dizer que o 1 ep. da seaon 4 funcionaria como um piloto...pq de fato os personagens que vemos ali não são os que conhecemos...e estamos aos poucos sendo inseridos nestes novos universos, então não há enrolação....( se você pensar a primeira temporada também foi bem lenta e muita gente desistiu da série ali, alguns episódios também pareciam pura enrolação e sem ligação mas no fim das contas não era bem assim; e  Fringe é isto é necessário estar com os olhos bem atentos para ver o que parece não existir)

Jamille Ramos disse...

Fico triste com o cancelamento pelo simples fato que desse modo não haverá um fechamento a altura do brilhantismo da série!!!!

Elisson Fischer disse...

Adorei o episódio muito mesmo e gosto destes mistérios e dessa noa fase de fringe. Uma pena que a renovação só venha através de milagre. tenho que comentar que se juntarmosos glyph codes dos epis. 5-8 formaremos a frase "still living David Jones"

Joao Victor disse...

Eu sei que é meio nada haver, mas na hora dos cata-ventos, o do meio é um colorido. E na mesma hora, eu lembrei o logo da NBC, pois possui as mesmas cores. Na hora, lembrei que o J..J Abrams falou que se a renovação não viesse pela FOX, viria em outro canal. E eu pensei que poderia ser uma dica :D

Wilken Misael disse...

Só gostaria de ressaltar um fato importante: ainda faltam 13 episódios para a temporada terminar, ou seja, muitas coisas poderão acontecer!
Depois que a FOX falou que não está para fazer caridade, pra mim Fringe está praticamente morta.
Outra coisa, já saiu que o final desta temporada serve como final da série.
*Espero muito que Fringe tenha um final digno para lembrarmos o quão boa série foi, porque se estender muito, vai virar Lost, e como todos já sabemos, o tempo não permitirá isto.
*E a história da Nina, acho que ela possa estar relacionada com toda esta nova trama. Só espero que não esqueçam do plot dela com a Olivia.

Marta Savi disse...

Walternativo-tivo. Por essas e outras, FOX, por favor, #SAVEFRINGE!!!

Neto disse...

égua! não vejo desde o 4º ou 5º epi e me apareceu ali na review lado D! to perdido