Tudo para conquistar o Peru de Ben.
Às vezes, quando eu termino de ver meu episódio de Parks and Recreation, fico perguntando a mim mesma como é possível transformarem coisas tão idiotas em um roteiro absurdamente divertido. Acho que esse é o segredo. Poucas séries sabem ser idiotas com inteligência.
Essa semana foi assim, praticamente. Escolheram um tema nerd bizarro, com a cruzada de Leslie pela valorização do ‘role play’ das Nações Unidas na escola (acho que Pawnee só teria uma escola né?) da cidade. Não sei nem se é assunto tratado, mas os personagens escolhidos para essa interação.
O nível CDF de Leslie e Ben é absolutamente estratosférico e os dois levam a coisa muito a sério, como se fosse fundamental e divertido. É estranho porque eu me identifico muito com os dois nesse aspecto (meu passado escolar me condena) e acho que se eu pudesse, também escolheria um país e tentaria dar uma Miss, lutando pela paz mundial.
Acho até que lançaria mão da estratégia mais genial que já vi, roubando a ideia de Andy e trocando exércitos por todos os Leões do mundo ou fazendo alianças indestrutíveis com o governo da Lua. É disso que estou falando. Pegaram quatro personagens absolutamente diferentes em suas dinâmicas e colocaram nessa salada de UN. Funcionou perfeitamente, porque tivemos o lado escrachado e o lado irônico da coisa. Parks and Recreation é a série mestre em mixar esses elementos.
Claro que ainda tem aquela coisa bonitinha que é a tensão sexual entre Leslie e Ben. Adoro os dois e imagino até como seria um filho deles, herdando a coleção de 193 mini-bandeiras para honrar a tradição da família, já aos cinco anos de idade.
Gostei de ver o aproveitamento de Ann, finalmente discutindo sua relação com Chris, em tom de DENÚNCIA, porque é uma barra (e um tabu) descobrir que jogging não é uma atividade super prazerosa. Adoro o modo como inserem Jerry e Donna em plots aleatórios, porque os dois se encaixam em qualquer coisa. Ele está sempre tentando evitar ‘saber demais’ sobre a vida alheia e Donna, pelo contrário, quer os detalhes mais sujos e suculentos.
Como sempre, palmas e mais palmas para meu ídolo mor, Ron FUCKING Swanson, mostrando que, mesmo que ele ache debates diplomáticos falsos uma grande bobagem, usa de toda sua habilidade para fazer Tom aceitar de volta o emprego como administrador.
Aliás, era isso o que a maioria dos fãs da série desejava desde a criação da famigerada E720 e todos podem comemorar (ou não). A parte das entrevistas foi muita boa, regada a muita falsidade e manipulação de Ron, mas a coisa não poderia ter terminado diferente, porque Tom abusa do direito de ser egocêntrico.
A corridinha de Ron pelos corredores foi digna de desenho animado e por um segundo eu desejei que ele rejeitasse o pedido de Tom em reaver seu trabalho, mas eu já devia saber. Não se encontram administradores tão dedicados a atrasar o departamento quanto Tom.