quinta-feira, 24 de novembro de 2011

How To Make It In America: Season 2


Crisp and Crunch.

Geralmente eu faço uso da palavra ‘crocante’ para descrever algo muito, muito bom na TV e por isso, não evitar utilizá-la aqui, para falar da 2ª temporada de How To Make It In America, produção da HBO, conhecida por poucos e acompanhada por um público ainda mais restrito.

Parece estranho dizer isso quando estamos diante de uma produção de qualidade, mas a verdade é que a série não é uma produção para “as massas”, por diversos motivos: linguagem, edição, roteiro, trilha sonora. São apenas alguns dos elementos que fazem de How To Make It In America uma produção diferente e bem sucedida naquilo que propõe.

O segundo ano da série amadureceu muito. A primeira temporada é boa, mas não se compara à segunda. A história cresceu, se expandiu e se tornou ainda mais interessante. O elenco, é claro, continua entregando um trabalho exemplar. Eles se encaixam perfeitamente naquele universo de New York, cheio de gente alternativa em busca de uma oportunidade.

A temática central, mais uma vez, foi muito bem desenvolvida. No final da temporada anterior era impossível saber se as coisas dariam certo para Ben e Cam e se a Crisp conseguiria dar seus primeiros passos. Muita coisa deu errado. Era difícil prever se a série seria sobre dois azarados ou sobre dois caras que, apesar de tudo, conseguem encontrar seu lugar na indústria da moda.

Agora a trama se desenha muito melhor. A vida profissional de Ben e Cam não é um mar de rosas. Eles sempre enfrentam desafios, problemas e precisam superar inúmeros obstáculos, mas a lição que fica é a de que, quando uma coisa tem de dar certo, não importa como, dará.

O grande “vilão” da vez não foi Rene, mas a ambição de Ben, tentando pegar certos atalhos na jornada pela consolidação da Crisp. É compreensível. Depois do relativo sucesso no Japão eles precisam encontrar seu espaço em NY, local absolutamente mais competitivo e onde os “tubarões” estão prontos para devorar as criaturas menores do oceano.

É assim que conhecemos Nancy e Yosi, cheios de poder e de contatos, dizendo que só queriam ajudar a Crisp a crescer, quando na verdade, queriam aproveitar as ideias e o potencial de vendas nos produtos desenhados para a Crisp.

Cheguei a acreditar que toda a marca voltaria à estaca zero, mas nos minutos finais, Ben mostrou do que é capaz ao enfrentar o medo de nunca conseguir realizar seus objetivos, indo pelo caminho mais difícil. Genial o modo como ligaram pontos entre as duas temporadas, trazendo de volta o assunto da produção de jeans, que sempre foi o foco principal da (fuckin’) Crisp.

Nos núcleos paralelos a coisa também foi boa. Sou só elogios para toda a comicidade de Rene e seus problemas com o Rasta Monsta, q eu agora virou até o spray de maconha mais amado pela garotadinha. Todo o lance com o pessoal da Associação dos Países Caribenhos foi sensacional, além de que tivemos a chance de conhecer o Rene família, que lida com esposa exigente, adolescente lésbica rebelde e até um bebezinho.

Até Rachel, que eu via como uma criatura avulsa, conseguiu conquistar seu espaço no meio disso tudo, sempre trazendo aquele ar meio ‘hipster’ e moderno, em suas aventuras como jornalista de revista feminina investigativa (afinal, há muita coisa escondida atrás de uma simples decoupage). Ela deve, ainda, acrescentar mais conflitos em sua relação com Ben, já que vai trabalhar com os Neanderthals, concorrentes diretos da Crisp.

Personagens menores como Domingo, Wilfredo Gomez e Kappo conseguiram ganhar destaque e esse elemento é, pra mim, um dos pontos altos da temporada. How To Make It In America pode até passar a impressão de que os roteiristas não sabem muito bem o que fazer com a história e com as pessoas envolvidas nela, mas é tudo um truque. No final você descobre que tudo foi muito bem pensado e estrategicamente colocado em diálogos ou situações para convergir em algum ponto da série.
Comentários
4 Comentários

4 comentários:

François. disse...

Temporada exelente. Comecei a assistir a pouco tempo, mas já entrou para minha lista de séries favoritas.
Mesmo com pouquissimos episodios eles conseguem mostrar o que querem de modo sensacional.
Agora só espero que nao demore para a proxima temporada.

barbaraemanuel disse...

Fora o bom roteiro e as ótimas atuações, a série é visual e sonoramente excelente. Uma das melhores aberturas, edição afiada... E no site da série sempre tem a lista das músicas de cada episódio, e uma mixtape pra baixar no facebook. Dá muita vontade de ir passear em NYC... :)

Camila Antonioli disse...

Excelente segunda temporada.É uma série que consegue passar muito bem aquilo que se propõe a fazer. A trilha sonora é excelente e a forma com que a série mostra  NY dá uma vontade imensa de ir pra lá em busca do "american dream".

PS: Eu quero muito um jeans da Crisp!

VVVV disse...

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