domingo, 6 de novembro de 2011

Fringe 4x05: Novation


Alguma coisa deu errado.

Calma lá que não estou falando do episódio! Essa frase inicial é mais para remeter a algo que Peter disse, nesse primeiro momento em que sua presença é algo realmente palpável. Alguma coisa deu errado. A Máquina do Apocalipse não funcionou como deveria e agora, o novo mundo criado por ela precisa se adaptar para receber aquele que se sacrificou para que tudo continuasse existindo.

Lógico que eu não poderia criticar esse episódio. Para mim ele é o mais sólido desse inicio de temporada, porque as coisas começam a fazer sentido e se encaixar de forma muito mais coesa. Não é que eu não tenha achado bons os anteriores, mas é fato que estávamos caminhando em areia movediça, com um pouco de medo de explorar o novo e desconhecido território que Fringe ainda está nos apresentando.

A minha sensação é de que estou vendo uma série estreante, onde preciso conhecer personagens e suas histórias, sem saber direito no que confiar. Agora que já me acostumei com o ritmo e com a ideia dos roteiristas, sinto que posso aproveitar a jornada melhor.

Claro que o retorno de Peter me deixou bastante feliz também e acho que é porque ele é, justamente, nossa referência. Peter é como nós. Ele sabe de tudo, mas não isso não importa, porque ninguém lembra dele ou de seu impacto na história. O interessante é ver como ele lida com isso calmamente. Sinto que o personagem amadureceu bastante e que toda a experiência por que passou, coloca-o em novo nível.

Seria de se esperar alguma reação desesperada ou que Peter simplesmente colocasse todas as cartas na mesa, revelando sua conexão completa com cada um. Sua atitude é totalmente oposta. Sereno, ele sabe que sua maior chance é com Walter nesse momento e que, sem o pai, reverter esse atual quadro de “amnésia” será impossível.

Eu sequer visualizo o que pode ser feito para mudar as coisas. Minha imaginação é fértil, mas não estou apta a alcançar as ideias propostas para a temporada nesse momento. Tudo o que eu sei é que cada cena entre Peter e Walter me emocionou. Os dois atores conseguem passar tudo pelo olhar e pelos gestos.

Walter, no entanto, deu uma facada no meu peito. Sou muito sentimental por achar que logo de cara ele iria embarcar nessa história toda, admito, mas acho que prefiro assim. É simplesmente de cortar o coração que Walter se ache indigno de uma graça como essa que se apresenta por todos os seus erros do passado. Portanto, Peter terá um caminho a percorrer com as pessoas que o cercam, ganhando a confiança delas como tinha antes, porque sem isso, de nada vale trazer a história que foi apagada e substituída.

O que eu acho mais importante é notar que nada do que vimos antes voltará a existir como realidade. Acredito que haverá uma espécie de memória dupla dos fatos (com e sem Peter), mas o que foi estabelecido pela Máquina do Apocalipse não deve voltar à antiga forma. É por isso que esse retorno de Peter é tão intrigante. E é por isso também que ele deve ser a chave para resolver o problema da destruição dos mundos.

Novos fatos devem ser adicionados a nossa lista de coisas que mudaram. Todos da Fringe Division desconhecem a existência dos Observadores, William Bell morreu e (pasmem) Nina Sharp adotou Olivia e sua irmã, depois da morte da mãe delas. Tudo isso é, ao mesmo tempo chocante e muito curioso. Imaginem que Olivia era a pessoa que mais desconfiava de Nina durante toda a antiga história de Fringe (deveríamos chamar de AP e DP? Antes de Peter e Depois de Peter?) e agora as duas são tão íntimas que é bizarro só de pensar.

Acho que a raiva de Walter em relação a Nina também fica perfeitamente explicada, afinal, nessa nova história, Walter fracassa em sua tentativa de salvar o Peter do lado B porque em seu atrito com Nina, em frente ao portal aberto no lago, o frasco com a cura acaba destruído, o que leva aos fatos que conhecemos tão bem. Isso já acontecia na "versão original", mas lá Peter sobrevivera.

Excelente a forma como uniram a chegada (e o conhecimento) de Peter (praticamente um novo Fringe Event) com o caso da semana, que já é peça da nova mitologia. Os shapeshifters 2.0 são muito mais perigosos do que poderíamos imaginar, capazes de alterar o DNA em até seis formas diferentes em um único corpo.

Fiquei bastante intrigada com a comunicação da shapeshifter com sua base de comando. Será que estamos diante de um terceiro universo, prestes a interferir no que já está uma tremenda bagunça? Não sei o motivo, mas pela intuição eu já descartei Walternativo como chefe dessas criaturas. Posso estar completamente enganada., mas algo me diz que estamos diante de algo ainda não visto.

No FBI, a dinâmica dos personagens também se mostrou minuciosa. Broyles age como o chefe de departamento que desconfia de tudo, Olivia evita chegar próximo do desconhecido que aparecia em seus sonhos e Lincoln, talvez por ser novato na divisão e nesse mundo de bizarrices, é o único aberto ao que Peter tem a oferecer.

Minha cena favorita, porém, é aquela em que Olívia, desesperada em seu desconforto com Peter, resolve convidar Lincoln para um jantarzinho e leva um toco homérico. Quase tiraram minha atenção do fato de que tivemos um lapso temporal (aquele com a entrega dos cronogramas) no episódio, tal qual no anterior. Lembram da cena do relógio? De Walter ouvindo antes os acontecimentos com Olívia e Astrid? Pelo menos, é nisso que acredito. Esses “buraquinhos” na malha do tempo (se é que posso definir assim) devem ter muita importância nessa temporada.


 
Para quem ainda está à procura dos carecas ou se esqueceu o que eles são, assim como o pessoal da Fringe Division, segue a foto para ver bem o dito cujo, flagrado em gente à casa de Karen Truss, quando Olivia vai à cena do crime.

Uma das coisas bacanas de se notar dessa vez é o título do episódio, que vem da palavra INOVAÇÃO e faz referência à tecnologia que criou os shapeshifters 2.0 e ao medo absolutamente cabível de William Bell sobre o uso indevido de certos tipos de avanço.



Já o Glyph Code da semana é STILL. Passei algum tempo pensando sobre o significado da palavra dentro do que vimos no episódio e descartei sua forma adverbial, que se traduz como ainda, apesar de, entretanto. Para mim, ela deve ser lida em forma de substantivo ou adjetivo: calma/calmo, quietude, sossegado, tranquilo. Relaciono cada uma dessas palavras ao Peter Bishop pós limbo, já que ele é o grande destaque do episódio.

Comentários
18 Comentários

18 comentários:

Bia Séries.Net disse...

Ótimo epsodio, a espera quase  me matou!
Adorei ler a sua review super esclarecedora e vou ficar pensando no episodio mais uns 2 dias! kk

beijo

Camila disse...

Quando eu vejo, algumas pessoas e vc tbm falando q a realidade antiga n vai voltar, eu penso - Pow se o tempo fica dando voltas isso significa q quanto mais o Peter continuar nesse universo pior a coisa vai ficar, (pq é por causa do Peter q essas coisas acontecem, e n poderes da Olivia, como li por ai, assim penso), e convenhamos em uma coisa a Olivia é a maior pega parceiros, e depois eles somem, morrem ou ela os mata mesmo rs

Henrique Ferreira disse...

Pow, Camis. Por que você é tão foda assim? casa comigo, porra!



P.S.: ótimo episódio, John Noble emocionando como sempre.

thaispereira disse...

Camila,

EXCELENTE review!!!!
Concordo com tudo que você disse. Novation é o melhor episódio da 4ª temporada. Além da volta de Peter, o episódio conseguiu "respoder" inúmeras das perguntas (?) que o final da 3º e o começo da 4ª deixaram na cabeça da maioria dos fãs, como a amizade da Olívia e Nina e a raiva de Walter por Nina.
Também gostei da cena que a Olívia levou um fora do Lincoln. rsrsr
Porém, as cenas entre o Walter e o Peter foram fantásticas... Os dois estiveram muito mais muito bem. Cena perfeita,  emocionante!

Thais

juliana disse...

ai, gente me dá um aperto no coração saber que desapareceu toda a história do peter com o walter e a olivia. to ficando emo, acho. a relação entre pai e filho estava fantástica e a olivia, pqp, DOIS ANOS (foi isso?) pra conseguir pegar e ela esquece de tudo. FRANCAMENTE.

amei o episódio mas em vez de terminar chorando ou profundamente tocada com a conversa de walter e peter, acabei o episódio rindo mto da cara do gordinho que fecha a porta da cela. por favor, revejam a expressão de desapontamento do rapaz.

@helder1965 disse...

Review impecável, parabéns! Semanas de espera por um epi fantástico de 40 minutos, mas que pareceu ter só 15 minutos e pelo desejo de "quero mais"! Agora, é esperar mais uma semana... quero uma máquina de dormir igual a do Walter e acordar com uma injeção de adrenalina só na sexta que vem! :-)

Fauzy Lobato disse...

Tb gostei muito do episodio , só fiquei intrigado com uma coisa , não era só fazer um teste de dna pra comprovar que o peter é o filho do walter ?

Biαηkα2 disse...

Ele fizeram...O Broyles disse pro Walter no começo que fizeram testes com o que eles tinham pego no hospital e que as chances eram de 99%

Antunes_ disse...

Eu estou com um pouco de raiva,eu gostava da história do jeito que ela era,com as relações entres todos os personagens já estabelecidas.Agora eles me vem com isso,sinto muito eu não achei nem um pouco legal,mas eu amo fringe e não irei falar que o episódio foi ruim,quando ele foi.
Quanto as memórias,na promo da 4 temporada tinha uma cena em que o Walter usava um capacete,é a Olivia entrava na maquina das águas.,in my opinion aquilo tem alguma coisa relacionada com eles recuperarem as memorias ,deles com o Peter.Quem domina os transmorfos 2.0,deve ser o David Robert Jones...ótima review,como sempre é sempre bom te ler.

michell disse...

camis, vi que você assiste survivor tbm. se você pudesse queria que você fizesse as reviwes desse reality, sinto falta de alguem no série maníacos

Michael K disse...

Achei este episódio melhor que o anterior, e me surpreendo cada vez mais com os detalhes minuciosos que vemos em Fringe. A volta de Peter e dos Shapeshifters - em versão 2.0 - foi uma da melhores jogadas para correlacionar a importância de Peter para a Fringe Division.

Camis me diz uma coisa. Eu realmente não me lembro de confirmação de que os transmorfos vinham do lado B, mesmo quando Olivia esteve no lado B, não houve um momento em que o Walternativo tenha dito algo sobre os Shapeshifters, certo?




Camis só você para me lembrar do lapso temporal... Quando vi a mulher entregando os arquivos pela segunda vez, eu pensei que era a Shapeshifter - segundos depois, descobri que não foi -, daí achei que a Olivia havia ido para outra linha temporal. Viajei mesmo.

Camila Barbieri disse...

Michell, agora que vc falou é que notei isso. Até a última temporada tinha gente fazendo review de Survivor no SM, não sei pq pararam. Eu vejo sim, mas geralmente comento só a temporada completa, por questões de tempo mesmo. Lá no Seriadores, porém, tem review semanal de Survivor rolando.

Camila Barbieri disse...

Entendo perfeitamente teu sentimento. Acho que muita gente tb está pensando assim e tem medo de falar.

Camila Barbieri disse...

Foi mesmo. 99,7% compatível.

michell disse...

ah ok, obrigado, vou conferir lá =D

Camila Barbieri disse...

Michael, eles nunca dizem isso literalmente, mas como a Bolivia usa a mesma máquina de escrever bizarra para se comunicar com Walternativo, fica o dito pelo não dito.
Os shapeshifters tb NUNCA atacaram o lado B e tinham a missão de pegar os pedaços da máquina do apolipse do lado A, logo, subentende-se que trabalhavam e foram criados pelo Walternativo.

Fauzy Lobato disse...

nem vi isso, ja ia chamar o Ratinho pra fazer o teste de dna rss

Isabela Cabral disse...

Li "buraquinhos" e imediatamente surgiu Chiquititas, 'Çoração com buraquinhos', na minha cabeça. HAHAHAHA