segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Jack & Bobby: Season 1



Uma série sobre o amor dos norte-americanos por seus Presidentes.

Vira e mexe vemos por aí quem critica o famoso ‘American Way of life’ e tudo relacionado aos Estados Unidos. Sua política, economia, o poderio bélico, a cultura de forma geral. Os grandes incomodam e não estou aqui para defender qualquer um desses aspectos, apenas para dizer que Jack and Bobby é uma série feita para mostrar uma característica que julgo importante para o desenvolvimento de um país: o orgulho.

Os americanos têm orgulho de seu país e do que produzem. Acima de tudo, eles têm orgulho de seus governantes e mesmo que você odeie isso precisa admitir. Existe, em torno do cargo de Presidente, toda uma espécie de mitologia, de respeito, de solenidade, de importância. Não é à toa. Esse é o cargo político mais importante do mundo nos dias atuais e por isso mesmo, vemos por aí tantos filmes e séries de TV que retratam o tema, das mais variadas formas. Jack and Bobby, produzida pela extinta WB entre 2004 e 2005 é uma delas.

Mas essa não é uma série sobre política como as que estamos acostumados a ver. Ela aposta numa linguagem simples, especialmente pensada para o público jovem, que muitas vezes, abomina o assunto. O enredo traz a história dos irmãos Jack e Bobby McCallister, mostrando parte da adolescência dos dois e pequenos eventos no dia a dia que ajudaram a formar o caráter do futuro presidente americano. Um deles está destinado a isso e no começo é preciso tentar adivinhar.

Os 22 episódios vêm em forma de “documentário”. Vemos figuras importantes da administração McCallister falarem sobre pontos importantes do governo. Sucessos, desastres, tragédias pessoais, impasses éticos e políticos, escândalos e todo tipo de coisa relacionada ao cargo. Para que possamos entender perfeitamente como as coisas acontecem no futuro (mais precisamente em 2049, após o fim do governo McCallister), a narrativa de conselheiros, senadores, aliados, inimigos e familiares nos leva de volta ao passado desses irmãos, onde podemos compreender como sua vida familiar determinou os rumos de uma nação.

Talvez pareça chato assim, apenas contando, mas o fato é que Jack and Bobby é uma série cheia de personagens carismáticos, interpretados por atores de talento, com bom texto e boas histórias. Infelizmente, não agradou a audiência na época e foi cancelada ao final de apenas uma temporada, que tem fechamento perfeito, embora houvesse muito material a explorar caso a produção durasse por mais algum tempo.

Lembro de assisti-la, há alguns anos, dublada, no SBT. Nunca havia chegado ao fim e por isso, resolvi dedicar uma semana para essa maratona. Vale a pena. Para mim, a série é interessante, honesta e envolvente. Quando cheguei ao final, confesso, gostaria de ter mais episódios para ver, mesmo tendo ficado completamente satisfeita com a finalização das coisas.

Além dos irmãos que dão título à série - que recebeu esse nome em homenagem a John e Robert Keneddy - a mãe deles, Grace (Christine Lahti) é uma das criaturas mais curiosas entre os personagens. Professora universitária, Grace é uma figura cheia de idealismos e paixão pela política. Radical com assuntos como religião e feminismo, péssima na cozinha, ela tenta encontrar o equilíbrio entre seu papel como profissional e sua jornada de redescoberta como mulher. Por vezes, Grace é uma mulher irritante, teimosa e estranha, capaz de mentir para os filhos sobre quem é, de fato, o pai deles, mas sempre pronta para defendê-los quando necessário.

Jack (Matt Long) é o filho mais velho, que apesar de ter apenas 16 anos, acaba assumindo o papel de ‘pai’ para Bobby (Logan Lerman), três anos mais jovem, completamente nerd e com uma forte tendência a situações de humilhação e pura vergonha alheia.

Os dois são quase opostos. Enquanto Jack é popular, pratica esportes e é cheio de amigos, Bobby faz o estilo tímido e suicida social, tentando montar um clube espacial na escola, assim que ingressa em seu primeiro ano de High School. Os dois vivem a tradicional relação de amor e ódio que existe entre a maioria dos irmãos, mas estão sempre aprendendo um com o outro.

Além de assuntos relacionados à política, ética e caráter, a série trata ainda de religião, drogas, homossexualismo, violência, direitos da mulher, preconceito e muitas outras vertentes. Tudo isso, com uma abordagem fácil e por vezes, cheia de inocência.

Esse aspecto, que considero extremamente positivo, provavelmente foi trazido por Greg Berlanti, um dos criadores da série, que também esteve envolvido em Dawson’s Creek, Everwood, Dirty Sexy Money e Brothers and Sisters.

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

Rodolfo Lobo @therlobo disse...

Sou fã de Jack & Bobby. Ainda não conseguir terminar a temporada por não estar lá muito bom no inglês.
Os personagens são cativantes como era característico dos personagens de séries da antiga WB.

Luciano disse...

Pena que usaram os irmãos Robert e Jack McCalister para inspirar o nada agradável senador Rob McCalister (e seu irmão, o agradabilíssimo Pastor Jack) de B&S. Estragaram os nomes.