Isso sim é que é um episódio bom de Glee.
Eu disse bom? Bota bom nisso. Vou classificar como ótimo, porque esse merece. Impressionante como colocar um pouco de história e alguma sensibilidade fez toda a diferença. Gosto de episódios especiais, mas tudo tem limite. E também, quando toda semana vira um especial, acabamos com um monte de pedaços sem muito sentido. Aliás, a julgar pelo número reduzido de canções que tivemos hoje – apenas quatro – desconfio de que Ryan Murphy e toda sua equipe também saibam disso. Glee é uma série musical, mas não é um videoclipe gigante. Ou melhor: Glee não pode ser um videoclipe gigante se quer continuar mantendo o status de seriado.
Por mim, a série poderia focar um pouco mais na simplicidade, como fez nesse episódio, pois o resultado é muito mais eficaz e eu aposto, o público se sente mais próximo da trama e dos personagens. Pelo menos para mim, é isso o que acontece e diferente de minhas duas últimas reviews, hoje ficarei só nos elogios, merecidamente.
As duas vertentes principais que se desenvolveram para justificar o nome do episódio seguiram rumos surpreendentes. Há muito tempo pululavam notícias sobre o “par romântico” de Kurt e chegou a hora de conhecê-lo. Blaine (Darren Criss) será, por enquanto, apenas um novo amor platônico, alguém para dar força e mostrar para Kurt que ele não é o único homossexual do universo, embora possa parecer assim, dentro do limitado espaço escolar. Podem esperar que teremos novidades em breve. Kurt ficou muito empolgado com a escola chique dos engravatados e isso me cheira à baixa no New Directions. Vamos esperar para ver onde isso vai parar.
O que me deixou boquiaberta mesmo, foi ver aquela máxima lei da física funcionar perfeitamente. “Toda ação gera uma reação”. É verdade. E a reação de Dave, aquele troll do futebol americano, não poderia ser mais contrária a minha expectativa. O beijo – o primeiro de Kurt – foi completamente inesperado, pelo menos para mim, embora, pensando bem agora, eu devesse ter desconfiado. Essa atitude agressiva é muito comum entre os rapazes que se recusam a aceitar sua natureza sexual e todo o medo de ser diferente, se traduz na humilhação de um igual.
A história com Beiste também foi forte. Eu já estava horrorizada com aquelas cenas dela em lingerie preta, arrebentando costelas, vestida de Cheerio ou bailarina, e não digo isso só pelo fator comédia da coisa. É engraçado, mas é triste ao mesmo tempo. Por isso, pensar na situação dela, realmente me comoveu. A atriz mostrou muito bem seu potencial nesse episódio, emocionando e fazendo rir, em diferentes momentos. Na conversa com Will, eu já estava mais preparada para o beijo, mas ainda assim, gostei do resultado. Claro que não posso deixar de comentar que Mr. Schue procurou umas mil alternativas antes de partir pro abraço, digo, pro beijo, mas ele foi até o fim, de uma forma terna.
A parceria de Puck e Artie também foi excelente. Os dois são absolutamente opostos e espero que essa amizade dure e se desenvolva, porque o foco nessas diferenças (o que vimos nesses três casos) fez muito bem para a série. O foco em Tina e Mike também rendeu bem. Foram cenas breves, mas esse romance asiático traz situações bem engraçadas.
Não posso deixar de citar Clarinha Evil, a nova Britanny, que pode aparecer só para entregar recadinhos, mas mostra toda sua maldade sem esforço.
Entre os números musicais, destaco a canção com Puck e Artie, além do número na vibe ‘Teenage Dream’ dos meninos da Dalton Academy como meus favoritos. Devo dizer que os mash-ups da temporada passada foram bem melhores, mas não achei esses ruins. É apenas uma questão de gosto mesmo.
Músicas no episódio:
One Love - Bob Marley (Artie e Noah Puckerman)
Teenage Dream - Katy Perry (Dalton Academy Warbers)
Living On A Prayer/Start Me Up - Bon Jovi / Rolling Stones (New Directions' Girls)
Stop! In The Name Of Love/Free Your Mind - The Supremes / En Vogue (New Directions' Boys)