Se esse turbilhão de emoções foi só o penúltimo episódio, comecem a preparar seus espíritos para a Season Finale de The Big C.
Impressionante. The Big C é uma série simples e é por produções assim que percebemos que roteiro de qualidade e bons atores são, na verdade, praticamente tudo do que precisamos. Claro que não quero diminuir a força estrutural por trás do Showtime, mas esse dois fatores são os que mais contam na balança da qualidade.
Estamos a uma semana do fim e por mais que eu soubesse que algo aconteceria para nos deixar ansiosos para o episódio final, eu nunca imaginei que seria o que vimos. O caso de Marlene é o mais forte de todos. Creio que todo mundo adora a personagem e ficou realmente triste com um desfecho tão brusco. Aliás, nem sei se brusco é a palavra certa. Senti até certa delicadeza nessa morte e não sei dizer se a opção que ela escolheu passaria pela minha cabeça, caso eu estivesse numa situação semelhante. A perda do controle mental deve ser uma das piores coisas do mundo e Marlene escolhe uma morte sua morte conscientemente. Tudo o que ela não queria era depender dos outros, ser um peso e conviver com sua sanidade se esvaindo pouco a pouco. O incidente com Adam e a arma mostram a que ponto a degradação pode chegar e aquilo foi o limite. A carta dela para Cathy não é dramática, não tem a intenção de ser depressiva ou algo assim, mas não pude evitar a emoção nessa hora, ainda mais quando Cathy a coloca entre as coisas boas para se pensar ao acordar. A amizade entre essas duas mulheres foi um dos pontos fortes da temporada e apesar dos poucos episódios, a relação delas adquiriu uma força gigantesca na trama como um todo. Para ser sincera, estou um pouco decepcionada por saber que Marlene não estará mais conosco na próxima temporada.
Paul ganhou minha admiração pouco a pouco. Se a gente retirar dele toda aquela bobagem ciumenta do começo, o que sobra é um marido fiel e dedicado, capaz de tudo para ajudar e dar suporte à Cathy. Acredito que a própria Cathy está notando isso só agora também. Adam, que é mesmo um chato na maioria das vezes, é só um adolescente típico. Apesar de achá-lo muito folgado não tiro a razão do menino em sentir-se invadido pelas atitudes da mãe. Cathy pode estar doente e não saber quanto tempo lhe resta, mas existem limites.
Esses momentos de mãe louca só provam que ela não é perfeita e quer fazer parte de tudo o que puder, antes que não possa mais. Aliás, se pensarmos bem, esse foi o grande tema da temporada, que teve continuidade com a terapia milagrosa das abelhas. Muito bacana a participação de Liam Neeson (um dos meus atores favoritos) como o Bee-Man. Essas técnicas alternativas sempre soam como uma grade piada para mim, mas quando não há na medicina uma saída real, porque não tentar?
Finalmente tivemos a prova cabal do clima que sempre sentimos entre Cathy e Todd. Aquela relação médico-paciente nunca foi tradicional e sempre beirou mais o passional. De certa forma eu torcia por isso. E confesso, nessa hora, queria que Paul fosse carta fora do baralho.