Que o canal USA adora uma série de espião a gente já sabe. Por isso mesmo, o Piloto de Covert Affairs não poderia decepcionar.
Ainda traumatizada pela imensa porcaria que foram as temporadas finais de Alias, confesso para vocês que séries de espionagem me dão calafrios. Mas, teimosa que sou, resolvi dar uma chance à Covert Affairs e a surpresa foi boa.
O episódio é interessante, tem um charme canalha nos diálogos e uma boa dose de ação de qualidade. Traduzindo, é um começo muito bom e que certamente vai render um bom público para ver se a coisa continua tão bem no episódio seguinte.
Para quem ainda não sabe, a personagem principal é Annie Walker (Piper Perabo), uma brilhante agente em treinamento, que vai ver sua vida amorosa se misturar com o recente trabalho na CIA. Aliás, fica claro que ela chega à Agência com um propósito muito maior do que falar russo e passar por prostituta em missões, ela está ali para atrair Ben Mercer, o cara que ela julga ser o amor de sua vida, mas que desapareceu depois de 3 semanas de amor no Sri Lanka.
Caindo no clichê Ben deve ser algum ex-agente da CIA ou coisa assim, já que Joan (Kari Matchett) e Arthur (Peter Gallagher),o casal em crise que chefia a Agência, falam de Ben como um colega de trabalho que decidiu mentir que a avó morreu para faltar ao serviço na véspera do feriado.
Temos ainda Auggie (Christopher Gorham) o agente cego. Isso mesmo. CE-GO. Fiquei um tempo pensando sobre isso e cheguei à conclusão de que Auggie enxerga melhor do que eu. Esse, definitivamente é um ponto falho, já que ele não parece ter nenhum problema de visão, embora eu tenha achado o personagem bastante carismático.
Para os fãs de House, a falecida Amber retorna como Danielle (Anne Dudek), a irmã de Annie que é a maior amiga da onça. Juro que se minha irmã me arrumasse um bigodudo daqueles, eu mandava matar na mesma hora.
O primeiro trabalho de Annie é cheio de reviravoltas e a fazem provar seu valor profissional na Divisão de Proteção Doméstica (oi?). Como sempre, pequenos detalhes fazem a diferença para salvar o dia e dessa vez, a pronúncia da palavra “gatinha” foi o divisor de águas.
Muita gente irá comparar a série com Alias. Eu mesma, não pude deixar de fazê-lo. Sydney Bristow é parâmetro para todas as séries desse gênero. Apesar de uma ou outra coincidência, acredito que a trama de Covert Affairs será menos fantasiosa e espero que não descubramos que toda a família de Annie vem de uma longa linhagem de espiões altamente treinados, porque ninguém aguenta mais esse tremendo clichê.