domingo, 2 de maio de 2010

Fringe 2x20: Brown Betty

Quem tinha medo do episódio musical de Fringe? Aliás, a pergunta seria melhor aplicada se construída assim: quem NÃO tinha medo? Eu tinha, é lógico, mas a verdade é que entre corações roubados e partidos, uma boa dose da fumaça mágica de Brown Betty, a série continua numa maré excelente.

Eu gosto de episódios especiais e nem preciso dizer o quanto adorei ‘Peter’, mas preciso ser franca: estou louca pelo “feijão com arroz” de Fringe. Brown Betty cumpre a quota de episódios musicais da Fox, em homenagem singela ao grande sucesso de Glee, mas vamos parar por aqui. Minha dose de Olívia, Walter, Astrid (ou seria Esther?) e até Broyles cantante já está bacana assim e não preciso de mais.

Interessante a saída encontrada para justificar tamanha loucura numa série científica. Walter chapado na Betinha Morena é realmente uma saída excelente que, somada à maluquice comum ao cientista não deixou um clima estranho e de total impossibilidade. Mais uma vez darei aos roteiristas todo o mérito que merecem, porque encaixar esse clima de Broadway no sci-fi não deve ser nada fácil. Porém, com o clima mas dramático e intimista dos últimos episódios, a série fica mais aberta a novas possibilidades e pronta para essas brincadeiras de roteiro. Acredito que na temporada passada, o que vimos hoje não teria o menor cabimento.

Em linhas gerais, eu gostei bastante do episódio, que não fugiu ao andamento da trama. A história que Walter conta para Ella, a sobrinha de Olívia, é uma metáfora do que ele pensa sobre si mesmo e sobre a verdadeira face dos acontecimentos. Na história, Olívia está em busca do amor e o encontra com Peter. Walter é o cientista mau, que usou crianças para obter sucesso e tem um coração de vidro. O sumiço de Peter é o coração roubado e a morte que Walter insiste em anunciar. No final de Ella, porém, existe esperança e felicidade. O coração partido, ou melhor, repartido é algo em que Walter deve se agarrar. Aquela centelha de que Peter talvez o perdoe.

Nina Sharp ainda aparece como aquela em quem não se deve confiar, em conversas estranhas com William Bell, em outra dimensão. Os Observadores, que até então não haviam sido retratado sob a ótica do bem ou do mal, ganham fama de vilões e estão ao lado desse Walter aproveitador, que é o “criador de todas as coisas boas e de todas as coisas más”.

Fica evidente, portanto, que Walter é a resposta para todas as perguntas e veremos essa história se desenhar em breve.

É importante ressaltar que não tivemos apenas essa parte cheia de mitologia, mas também picos de humor. Impossível não rir de Astrid e sua careta, ao ser chamada de Esther. A coitada já recebeu milhares de nomes, mas nunca é chamada corretamente. Foi bom ver que ela teve mais que duas falas soltas e até soltou o gogó um pouquinho, mostrando que a personagem deveria ser melhor explorada.

No entanto, alguém roubou a cena. E se você chegou até aqui já querendo me matar porque esqueci de falar dela, acalme-se. Jamais esqueceria de elogiar e louvar a atuação de Gene, A Vaca. Apenas quis deixar para o final o que ‘Brown Betty’ teve de melhor. Foram muitos takes de Gene, mas o melhor deles, a mostrava vestida para o clima dos anos 50, com bolinhas coloridas. Sem dúvida o melhor modelito do episódio,deixando todas as demais mulheres do episódio completamente apagadas.
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Camis Barbieri disse...

O episódio teve muitos detalhes mesmo. Até aquele cientista da Massive Dynamic que ninguém sabe o nome e estava trabalhando na sessão de patentes e dizendo o quanto queria trabalhar lá.