Bacon é amor.
O tempo voou, é verdade e num
piscar de olhos chegamos ao final da 12ª temporada de Grey’s Anatomy. A série
completa mais essa jornada com ares de renovação, com boas tramas, com
aprofundamento de personagens e também com despedidas. Foi um ano intenso para
todos nós, fieis seguidores do maior sucesso do maravilhoso mundo de
Shondaland.
Antes de começar os comentários
de fato, no entanto, cabem minhas desculpas a todos que acompanham as críticas
de Grey’s Anatomy. Nas duas últimas semanas minha vida virou uma revolução e
por conta de diversos plots twist, tive que esperar até agora para poder ver,
apreciar com a devida dedicação e comentar com calma os últimos acontecimentos.
Estava ansiosíssima por esse momento e ele finalmente chegou.
Não pude evitar começar esse
texto sem falar sobre bacon. Aparentemente, oferecer bacon a outrem, pode ser
interpretado como amor, paixão e até aquele crushzinho para matar o tempo. Esse
foi um dos plots mais engraçadinhos desses dois episódios finais, primeiro por
ter sido absurdamente fofo e depois pelo potencial desastroso. Nunca fatias de
bacon causaram tantos problemas relacionados ao coração, se é que vocês me
entendem.
O grande lance é que Riggs saiu
da geladeira. Depois de ser massacrado durante a temporada todinha numa
história idiota com Owen, ele finalmente cumpriu o papel que esperávamos que
cumprisse: ser o novo mozão da Meredith. Mas não sem trazer confusão, pois
seria fácil demais. Maggie, que é uma fofa e uma linda, está naquele momento da
vida em que busca um grande amor e sua carência acaba direcionado ao homem que
lhe alimentou com bacon. Acho normal, inclusive porque Rigss não é nada
dispensável, mas enquanto Maggie come bacon, Meredith está dando quatro numa
noite, então aqui fica a reflexão: Seria bacon melhor que sexo? Quem puder
responda.
Já que estamos falando em
Meredith e a jornada dela tem sido extraordinária, vale notar o quão humana ela
se tornou. Meredith é hoje tão real, que mesmo quando ela é meio filha da mãe
com as pessoas a vejo positivamente. É mais pela identificação, claro. Ninguém
é bondades e sorrisos o tempo todo, embora os protagonistas tenham essa
tendência. Meredith carrega hoje o peso de suas experiências e o conhecimento
que adquiriu nesses anos todos. Ela é absolutamente sincera o que a torna, por
vezes, desagradável, mas aquilo é de verdade. E o mais importante é que ela
pode ser sim, capaz de magoar, mas também sabe ser amiga, companheira.
Entendi perfeitamente a posição
dela diante do casamento de Owen e Amelia. Mesmo tendo achado o comentário
sobre a cunhada precisar ter vida própria bem escroto, a situação explicava e
ela se redimiu. Mais sacanagem só a família da noiva não aparecer no casamento
por pura idiotice. No final, apesar da fuga e de um copázio de frozen, o casamento
aconteceu. Foi bonita e bem realista a ideia de que existem muitos e diferentes
amores.
Bonita também foi a atitude de
Arizona. Ela foi sublime. Agiu por amor (a Sophia e Callie) e mostrou que é
possível resolver as coisas sem batalhas, sem ofensas. Houve sim, um momento de
raiva e rancor por parte, natural depois do julgamento que testemunhamos há
três semanas, mas a personagem, que passei a não admirar, ganhou meu respeito
de volta. Só fico triste, de fato, pela despedida de Sara Ramirez. Sou
declaradamente #TeamCallie, mas já acostumei a ser maltratada por Grey’s
Anatomy. A essa altura da série, também é normal que atores sigam em frente,
então mesmo chateada, também seguirei assim.
Dentre as cenas de maior impacto
emocional, coloco o parto de April. Estou farta dessa mulher quase morrer junto
com o bebê, mas a sequência foi desesperadora. A atriz esteve ótima e mostrou
toda dor, todo medo possíveis. Warren acabou aprendendo bem sua lição e imagino
que agora ele entenda o ponto de Bailey, assim como ela enxerga esse ato de
coragem (é preciso muita para abrir um ser humano sem estrutura) dele não
apenas como um grave defeito, mas como uma qualidade que pode ser necessária em
situações extremas.
Outra sequência dolorosa foi com
Stephanie assistindo a morte de Kyle. Não me pegou de surpresa, estava na cara
que o personagem entrou na série pra morrer, mas ainda assim, acho que trouxe
alguns ensinamentos importantes para Stephanie em seu futuro na trama. Também
foi bem vindo o novo desdobramento sobre Jo, que é casada e sofria violência
doméstica. Só por aí já sabemos que a próxima temporada continua seu belo
trabalho de conscientizar e cutucar a ferida do feminicidio e da violência
contra a mulher, em seus mais variados graus.
Aliás, vale dizer que o foco
nesse tema é um dos fatores fundamentais na melhora da qualidade de Grey’s
Anatomy. Com isso (e com todos os assuntos tratados e aqui combatidos, como o
preconceito racial e de gênero) a série se eleva do patamar de entretenimento
para o de conteúdo. Quando essas duas coisas se juntam temos um produto televisivo
imbatível como foi todo esse 12º ano. É claro que ano que vem estaremos juntos
para muito mais.