Um policial no #CloneClub.
Não é nada fácil entrar no seleto
grupo de pessoas que fazem parte do Clone Club, mas Art, no auge de toda a sua
(falta de) esperteza conseguiu um passe livre. Minha reação foi exatamente a
mesma de Felix que, obviamente, não vai arrumar um celular verdinho do clube
para o detetive mais “sem noção do que se passa” que já se viu na TV. Com as
muitas revelações investigativas feitas por Art, como eu imaginava, essa temporada vem seguindo a estrutura das anterior,
nos fazendo subir mais um degrau no desenvolvimento da trama de Orphan Black.
A questão religiosa vem com tudo
dessa vez e somos formalmente apresentados Prolethians. Considero que fui formalmente
apresentada a qualquer núcleo em que um dos personagens fertilize uma vaca em
cena, só para constar. Mark aparece como uma doce criatura que se transforma quando
o assunto é cumprir as ordens de Peter, o líder dessa seita/grupo que tem seus princípios
religiosos baseados na mistura entre Deus e ciência.
É, de fato, uma proposta
interessante, pois temos, em maioria, a ideia de que fé e ciência não
coexistem, enquanto há estudiosos que tentam provar a existência de Deus e que
afirmam que o universo e tudo que nele habita não poderiam existir de forma tão
espetacularmente perfeita sem intervenção divina. É claro que essa é uma discussão
filosófica e cada um pode (e deve) ter sua opinião a respeito. Embora eu,
pessoalmente, tenha uma tendência a acreditar mais na ciência do que em outros
aspectos, não gosto e nem pretendo descartar as possibilidade, afinal, sabemos
quase nada sobre a origem das coisas.
Fica evidente que para os
Prolethians, as clones podem ser essas criaturas divinas, embora eu não tenha
uma compreensão total sobre a obsessão deles com Sarah e Helena (aka Shakira).
Sim, para eles, se as clones existem são também parte do plano de Deus,
diferente do que muitos poderiam pensar (imagino gente dizendo que clone não
tem alma e coisas do gênero), mas há algo além.
Há o interesse na biologia delas.
No fato de Sarah ser a única do grupo que pode ter filhos, pelo menos até onde
sabemos. Como Helena é sua gêmea, existe ainda a possibilidade de ela também
poder procriar e aí é que a inseminação da vaca vira uma baita alegoria do que
deve acontecer. Resta saber se o organismo espelhado de Helena representará um
perigo ou impossibilitará o processo. Sabemos que por conta disso ela
sobreviveu, já que seu coração ficou intacto, apesar dos ferimentos terem sido
graves.
Enquanto ficamos no meio desses
debates que pedem até um cogumelo alucinógeno para ajudar a dar sentido nas
coisas, ainda temos o resgate de Kira. Vou ser bem honesta: achei essa parte
meio chulé. Então Mrs. S manda Kira pra um quartinho de motel com um velho
asqueroso e arma pra menina ligar para Sarah de debaixo das cobertas e depois
ir deixando uma pista de meias e roupas até a lavanderia, onde Sarah é jogada
num porta malas e levada pra caminhar no mato antes de rever a filha? PARABÉNS!
Que porcaria de armação.
Por sorte, a ação na fazenda (ou
seja, lá o que for aquele lugar) compensa tudo. Estava bem na cara que aquelas
pessoas estranhas eram inimigas e apenas Mrs. S não via. Minha parte favorita é
a da mesa de jantar, com Mrs. S “serve o assado” com garfo e faca. Depois
completa o serviço com um belo toro na cara da fulana traidora. Foi lindo.
Parece, apesar disso, que os
cuidados impecáveis que ela jurava ter com Kira foram pro espaço. Pelo menos
Sarah pegou a filha de volta e acabou com esse drama, ao menos temporariamente.
Preciso dizer que tenho pouca paciência para esse lance de criança especial
sequestrada.
Com a fuga das duas, que inclui
ainda Felix, a pobre Alisson fica abandonada para lidar com sua culpa pela
morte de Ansley e com a confirmação de que o marido é seu guardião. Resta beber
e surtar. E podem apostar: quando Alisson estourar de vez a bolha em que vive,
ela será a clone mais louca de todas. Mais louca até que Shakira.
Cosima, por sua vez, adentra o
território inimigo e consegue algumas informações. Ela está brincando com fogo,
mas DYAD também. Eles pensam que podem controlar Cosima se ela trabalhar para
eles, mas penso que será exatamente o oposto.
A questão do DNA volta à baila e
Rachel afirma que se as clones tem problemas, é por conta de má manipulação do
material genético. Aparentemente, todas elas deveriam ter as funções completas
de uma mulher, mas cada uma tem alguma parte deficiente, seja por não poderem
se reproduzir ou por desenvolverem outras doenças. Seria então, Sarah, a única
clone que deu certo? Quem sabe quando subirmos mais um degrau, consigamos saber
melhor.
P.S* Cara, cadê cenas de pegação
com Paul? As pegadas e Cosima e Delphine não ajudam em nada.
P.S* Mais uma vez, palmas para a
cena avulsa de Felix pintando um quadro, mostrando a bunda, mas escondendo o
pincel.