sexta-feira, 2 de maio de 2014

Grey's Anatomy 10x22: We Are Never Ever Getting Back Together


Uma nova perspectiva.

Fazia muito tempo que as perspectivas eram as mesmas. Um tempo tão longo que a parte boa quase ficou completamente esquecida. Não sei se os próximos dois episódios que encerram a temporada de Grey’s Anatomy serão como esse, mas a perspectiva e a expectativa mudaram, como num passe de mágica. A metáfora é perfeita. E pelo menos hoje, pelo agora, é possível ser feliz com um episódio que, como em áureos momentos, traz drama, humor e enredo significativo.

Esse roteiro faz lembrar de quando nossa rotina com a série era outra. Tudo estava interessante, bem trabalhado. Até o que já é repetido, mas ganhou uma roupagem nova nessa semana. Você pode nem ter notado, mas tanto o caso das gêmeas quanto o desenrolar com Cristina já aconteceram antes. E tudo bem. Dessa vez, tudo bem. Porque funcionou e coube perfeitamente nas intenções da trama.

Um dos principais pontos desse episódio é o equilíbrio. Seja no Grey-Sloan Memorial ou em Zurich, havia histórias que nos prenderam. Aliás, os cortes de um lugar para outro movimentaram a edição, deram ritmo. Foi um bom ping-pong. Uma hora víamos os personagens de sempre envolvidos na grande cirurgia de separação das gêmeas, ou em suas rotinas de trabalho, depois, abríamos bem os olhos para testemunhar o reencontro de Cristina e Burke.

Foi uma boa ideia trazê-lo de volta. Acredito piamente que a saída dele ajudou muito o desenvolvimento de Cristina como personagem. Se Isaiah Washington fosse menos homofóbico, ele teria ficado no elenco e teríamos amargado a chatice de Cristina e Burke sendo um casal babaca.  E teria acontecido antes desse mesmo mal atingir Cristina e Owen. Tenho certeza absoluta disso, porque nenhum casal estável da série consegue manter o carisma e também porque tudo o que vimos com Owen teria sido a história natural de Cristina e Burke. O lance dos filhos, da família, da carreira de ambos. Troquem, na imaginação de vocês, Owen por Burke. Vai ser fácil de ver.

O que também está fácil de ver é que essa aparição de Burke vem para, de fato, dar à Cristina fechamento completo. A questão do prêmio é muito rasa e seria preocupante ver uma personagem inteligente ser tão rebaixada só por estar saindo da série. Agora, com uma oferta tão grande e tão sedutora quanto essa de ela comandar um hospital gigantesco e cheio de recursos fica difícil discutir.

Sim, é extremamente fantasioso, mas podemos comprar a história e viver com essa possibilidade, inclusive, porque a mesmíssima coisa já aconteceu antes.  Foi há muito tempo e o nome do “doador” era Denny Duquette, mas é basicamente a mesma história, com alguns exageros mais e com a função de fazer Cristina sair da série de forma honrada. Diferença: Burke não morreu. Ainda. E nem sei se vai, pois não leio spoilers. Mas convenhamos que só em Grey’s os homens deixam fortunas e hospitais para as moçoilas doutoras.

O principal, no entanto, foi o cuidado com os diálogos entre Cristina e Burke. Nenhuma mágoa foi deixada de lado e Sandra Oh esteve fantástica o tempo todo, com olhares pontuais e expressões faciais que diziam muito. É nessas horas que sentimos mais a dor de perdê-la. Na verdade, senti bastante quando ela reencontra Meredith e a amiga sabe. Ela apenas sabe. Cristina merece mais. Cristina vai embora.

Em Seattle, a briga de Richard é justa. Ele fala como se fosse o dono do hospital e no fundo ele é. Mas concordo com April que a culpa da atual situação não é de Avery e ele não merece ouvir desaforos por algo que nem sabe que está acontecendo de fato. Imagino que haverá uma separação entre o hospital e a fundação. Assim como haverá a separação entre Cristina e Meredith. Assim como houve a separação das gêmeas. Resta esperar que não precisem desligar os aparelhos de ninguém, nos dois primeiros casos.

A presença de Amy parece ser uma “muleta” para quando Cristina sair de vez da série e por enquanto não faz muita diferença, nem para o bem e nem para o mal. Fica no mesmo patamar da mudança de emprego de Karev, não gera interesse e não afeta nada com profundidade. Sobre a gravidez de April, espero que levem de forma leve daqui em diante e parem de forçar brigas religiosas entre ela e Avery, que afinal, já se mostrou aberto, compreensivo e disposto a fazer concessões em nome do bem desse casamento.


Sobre os internos, ainda mantenho a posição: demitam todos. Um só não resolve. Além disso, não entendi porque Jo ficou tão inepta sem a presença de Karev. Ficou parecendo que ela nunca trabalhou sem estar 100% dependente dele e não acho que isso seja verdade. Também mantenho a posição sobre Bailey. Ela contou com a aprovação de Stephanie e ficou sentindo que é um gênio, mas o que ela fez não é certo e ainda pode lhe custar a carreira. Nada impede que esses pais a processem por ter tomado uma decisão médica que eles jamais consentiram. Apesar de ela estar salvando a vida do moleque, não está nem um pouco certa.
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Ana Paula disse...

Ainda não consigo assimilar o adeus a Cristina. Se foram George e Izzie, ok, whatever, mas separar Cristina e Meredith é tudo que eu nunca cogitei em todo esse tempo de série. Burke voltou sensacional! Será, ao menos, uma saída digna. E Karev, não entendi qual o plot da troca de emprego. Na verdade todo o resto ficou muito secundário, o episódio todo eu pensava em como não ter Sandra Oh em setembro... ela não volta, Cristina e Meredith não passarão mais luas de mel, uma não vai mais invadir a cama da outra pra chorar, conversar ou mesmo ficar em silêncio. Não haverá mais o brilhantismo e ferocidade de Yang andando pelo Grey Sloan. O público perde, a série perde.