Um retorno atribulado.
Dentre as palavras que me vieram
à mente para descrever esse episódio de Grey’s Anatomy em sua totalidade,
atribulado e confuso foram as mais significativas. Talvez, a bagunça em TODAS
as tramas seja proposital, mas a impressão que ficou, pelo menos para mim, foi
um tanto ruim. Não pude evitar pensar que as coisas estão assim pela falta de
domínio dos diversos arcos desenvolvidos.
No entanto, é preciso que eu seja
justa. No meio de tanta parafernália solta, houve uma boa resolução. Obviamente
estou falando de April e Avery, com fuga do casamento, questionamentos e aquele
“final feliz”. Uso aspas por motivos que dispensam explicações, mas gostei de
ver que eles, a final, se casaram e não fizeram a loucura só por fazer ou para
voltarem ao ponto morto, digamos assim. E eles nem poderiam. Se a decisão
tivesse sido outra para o casal nós estaríamos além do nosso limite. Não dava
mais para aguentar a lenga-lenga entre os dois, então a surpresinha no final do
episódio foi bacana. Mesmo que saibamos que os recém-casados já vão enfrentar problemas
na justiça, com o processo que vem aí.
Aliás, a denúncia de assédio
sexual pode ser de duas pessoas. Estou falando de Stephanie, mas acho que no
fim das contas quem levou a coisa adiante foi Murphy. Ela sim parece bastante magoada a esse ponto
e afinal, foi quem deu a sugestão. Imagino que se Stephanie não foi em frente,
Murphy resolveu seguir e denunciar Arizona. Veremos mais adiante.
Vale dizer que uma das piores
coisas do episódio foi a estranha relação entre Arizona e Callie. Parece que
estão tapando o sol com uma peneira e cometendo erros grosseiros ao tentar
manter uma relação que já acabou. Pode ser que o processo seja a gota d’água
para elas e, se for, tanto melhor. Callzona foi de queridinha do público ao
shipper mais infeliz de Grey’s Anatomy.
Outra relação chatíssima de
acompanhar: Derek e Meredith. Quem realmente se importa com o que está acontecendo
com eles e essa barra de quem tem mais prioridade profissional? Certamente não
eu, mas deve ter alguém aí que se diverte vendo o casal debater algo que não
tem certo ou errado e que não empolga nem um pouco. Não acrescenta nada ao drama
da série, além de cenas dispensáveis. Dessa vez, vou colocar Cristina no mesmo
barco. Ela não serviu para nada no episódio.
Então ficamos com as brigas de
Bailey e o marido que deixou de prestar para ela no momento em que decidiu
colocar o casamento antes da profissão. Grande erro, amigão. Agora você pertence
à escória, ao grupo dos homens que não-podem-entender-a-esposa-porque-não-são-cirurgiões.
Sério isso? Sabemos que o antigo
casamento de Bailey não deu certo porque o marido não sabia conviver com os
horários dela, mas esse discurso histérico é tão “não Bailey”. Assim como a
constante busca por fofoquinhas. Tenho a impressão de que a profissional afiada
de antes virou uma alcoviteira.
A relação disfuncional entre Karev
e o pai nunca decolou e terminou no mesmo tom apático em que começou. Isso é
ruim, porque sabemos que a série tem capacidade de criar em nós o apego com
personagens que, muitas vezes, não duram nem 5 minutos num episódio. Somando a isso o noivado relâmpago com Wilson,
nossa Izzie genérica podemos até tirar um cochilo.
E no topo das histórias ruins
desse retorno, temos a de Ross. Não faz sentido algum que um médico com
perturbações psicológicas como ele esteja numa sala de cirurgia. Chega a
parecer piada que tenham permitido o retorno dele depois do incidente com o pai
de Karev. Foi irresponsável ao extremo e três semanas fora do trabalho não
podem ter dado fim ao problema. Para mim, faltou lógica para esse plot. E ver
Richard agindo como o paizão irritou bastante, com direito a jogar na cara de
Owen que sua bronca era motivada por ciúme de Cristina. E ERA.
Ou seja, o Grey Sloan Memorial
Hospital realmente precisa de regras claras sobre relacionamentos no local de
trabalho, já que todos os limites foram quebrados. E nós precisamos de um
pouquinho mais de dedicação da equipe de roteiristas. Bagunçar os casais só por
bagunçar já não funciona mais.
P.S* Mesmo assim, feliz com o retorno de Grey's Anatomy. Um dia eu me entendo.