Uma das estreias surpreendentes
da Mid-Season 2013 é The Carrie Diaries, prequel de Sex and The City,
consagrada pela HBO e baseada no livro de Candace Bushnell, que dessa vez
aposta na The CW para contar as origens de Carrie Bradshaw, remontando à
adolescência da personagem, interpretada por Sarah Jessica Parker na fase
adulta.
A primeira coisa a saber sobre
The Carrie Diaries é que NÃO, você não precisa ter visto Sex and the City para
entender o que se passa, até porque, no prequel, o destaque é vida prévia de
Carrie Bradshaw e o resultado é que, quem não viu SATC pode se interessar em
correr atrás do prejuízo.
É claro que para os fãs da série
original, essa nova produção tem gostinho especial. Sempre existe a vontade de
saber mais e de se aprofundar nas histórias de personagens queridos e nesse
caso, será possível ver na TV o que até agora ficava apenas em livros. ‘The
Carrie Diaries’ e ‘Summer and The City’ são as obras de Bushnell que dão origem
a esse spin-off .
A segunda coisa a saber é que AnnaSophia
Robb, que encara o desafio de viver a jovem Bradshaw, conseguiu fazer jus à
personagem. Sua narrativa do episódio é muito bem colocada e traz um pouco da
personalidade estabelecida na interpretação de Sarah Jessica Parker, mas sem
ser uma cópia. É tudo muito sutil e bem colocado e a garota consegue segurar a
onda, criando seu estilo próprio, inclusive porque sendo uma adolescente, Carrie
precisa de outro nível de amadurecimento psicológico.
Aliás, vale dizer que todo o
elenco jovem da série mostra competência e, quando unimos esses fatores ao
excelente figuro e trilha sonora impecável, a Series Premiere se transforma
numa receita de diversão, embora possam existir muitas críticas negativas por
aí, até pelo imenso preconceito com séries de temática teen e pela baixa
audiência alcançada.
Como sou da opinião de que o que
conta é o entretenimento do público, não importando números e gêneros televisivos,
considero que The Carrie Diaries fez uma ótima estreia, talvez a melhor da The
CW entre Fall e Mid-Season. O texto e o roteiro foram bem trabalhados também e
ganhamos um episódio com fluência e que apresenta a contento cada personagem
adequadamente. A impressão que fica é a de que fizeram render os quarenta
minutos desse episódio que mostra que nunca é tarde para trazer de volta a moda
das ombreiras.
Já que a trama é ambientada a
partir de 1984, vemos um verdadeiro desfile da moda bizarra dessa década
marcada por misturas estranhas nas estampas e formas, maquiagem pesadíssima e
muito neon (que na época se chamava ‘fluorescência’). Como moda é a grande
paixão da personagem principal, esse setor não poderia ficar esquecido na
série. Único problema é a falta de cabelos com permanente e com cortes
completamente vergonhosos, mas fora isso, o que se vê na tela é bom retrato do
que as pessoas vestiam há 30 anos.
A história de Carrie começa logo
após a morte de sua mãe e retrata esse período ainda luto na vida da personagem
e sua adaptação à nova realidade. Vivendo com o pai, Tom (Matt Letscher), que
ainda não aceita muito bem a perda da esposa, e com a irmã mais nova, Dorrit (Stefania
Owen) em fase de rebeldia gratuita, Carrie se esforça para assumir
responsabilidades e crescer, em diversos sentidos. Logo de cara ela deixa explícito
seu desejo de viver em Nova Iorque, consumindo e fazendo parte da cultura local.
Com um estágio num escritório de advocacia em Manhattan , ela ganha a chance de
explorar a Big Apple e se entrosar com figuras como a Larissa (Freema Agyeman)
editora de uma revista fashion que tem
tudo para influenciar bastante a vida de Carrie e sua jornada para se tornar a
famosa colunista do New York Star, no futuro. A influência da mãe de Carrie
também é pontuada e é seu costume de escrever diários que incentivam a filha a
fazer o mesmo.
Mas é claro que a vida de Carrie
não pode ser só glamour e, na verdade, não passa nem perto disso. Aos 16 anos,
ela ainda encara a escola e os problemas naturais da idade, inclusive em
relação aos garotos e ao começo de uma vida sexual. Nesse universo, Carrie
conta com alguns amigos fiéis como Mouse (Ellen Wong), Maggie (Katie Findlay) e
Walt (Brendan Dooling), que tem seus próprios problemas e ao dissecá-los com Carrie,
lembram um pouco da dinâmica existente com Samantha, Miranda e Charlotte.
Mouse, por exemplo, choca a todos
revelando que não é mais virgem e logo encara o fato de que seu suposto
namorado universitário não retorna mais suas ligações a ignora completamente.
Maggie e Walt são namorados, mas a relação está estranha. Maggie não aceita bem
a ideia de esperar para fazer sexo e tem um caso com um cara mais velho. Walt,
por sua vez, trava uma batalha de aceitação, já que não consegue admitir nem
para si mesmo que é gay. Pode até parecer bobagem hoje em dia, mas nos anos 80
a questão da homossexualidade não era aberta como hoje, apesar de preconceitos
continuarem existindo.
Carrie, que ainda é virgem, vive
às voltas com Sebastian (Austin Butler), novo aluno de sua escola, a quem ela
já conhecia e com quem partilha a dor da perda da mãe, já que ele passou por
uma situação semelhante. E como série adolescente sem bitch não existe, Donna LaDonna
(Chloe Bridges) vem cumprir esse papel, se tornando concorrente de Carrie nas
atenções de Sebastian, muito embora suas novas experiências em NY já tenham
mudado seu modo de encarar os relacionamentos.
Não há dúvida de que o objetivo
da série é mostrar como Carrie Bradshaw se tornou a mulher que a maioria de nós
já conhece. Há muitas referências a SATC, seja pelo figurino, pelo enquadramento
de câmera e por cenas clássicas repaginadas que se transformam numa homenagem.
Para quem gosta de séries teen a pedida parece
certa, mas não dá para prever se o título e o estilo da produção irão arrecadar
os fãs da série-mãe, afinal, esse público já é muito mais adulto e talvez a
proposta não se encaixe. Independente
disso, The Carrie Diaries acerta em muitas coisas sob a produção executiva de
Amy B. Harris (“Sex and the City,” “Gossip Girl”), Josh Schwartz (“Hart of
Dixie,” “Gossip Girl”), Len Goldstein (“Hart of Dixie”) e Candace Bushnell.
P.S* Gostou das músicas que
tocaram na Series Premiere? Mergulhe na nostalgia com a lista completinha da
trilha sonora do episódio.
·
White
Horse - Keep Smiling: Laid Back
·
The
Way You Love Me - The Mood Swings
'83-'84: Jerry Honigman
·
Temptation
- Copycat Killers: Cobra Verde
·
Material
Girl - (Madonna Cover): The Bird & The Bee
·
Let
The Music Play - Let the Music Play:
Shannon
·
Just
Can't Get Enough - Just Can't Get Enough
- EP : Depeche Mode
·
Jetfighter
Sixteen Tambourines / Baroque Hoedown: The Three O'Clock
·
I
Melt With You - After the Snow :Modern
English
·
Hold
Me All Night - The Mood Swings '83-'84 :Jerry
Honigman
·
Girls
Just Want To Have Fun - She's So
Unusual :Cyndi Lauper
·
Girls
Just Want To Have Fun - Girls Just Want
To Have Fun - Single :Greg Laswell
·
Footloose
- Footloose :Kenny Loggins
·
Burning
Down The House - Speaking In Tongues:
Talking Heads
·
Blue
Monday - Power, Corruption & Lies: New Order
·
Bette
Davis Eyes - Mistaken Identity: Kim
Carnes
Eu gostei bastante! AnnaSophia é uma fofa, super linda... o que são aqueles olhos, gente? Pra quem gosta de séries teen com todo aquele drama do high school, essa é uma boa pedida.
ResponderExcluirE foi só eu que senti uma semelhança gigante com Jane by Design?? Até o plot de ir pra NY e fingir ser mais velha é identico haha!
Estou fazendo maratona de Sex and the City e, em um dos últimos episódios que assisti, a Carrie diz que o pai dela abandonou a família quando ela era muito nova, daí a explicação para os problemas dela com os homens e blá blá blá... Me surpreendi quando li na review agora que a mãe dela morreu e ela morava com ele na adolescência.
ResponderExcluirQuanto a The Carrie Diaries, não vi com bons olhos a ideia da série em si, mas todo mundo está elogiando tanto que talvez eu resolva dar uma chance mais para frente.
Estava achando que essa série seria mais uma gossip girl da vida, mas pela review da Camis parece que não tem nada a ver, sepa eu começo a ver....
ResponderExcluirCamis vai fazer review de Cult, a outra série da CW que estreou agora na mid-season?
The Carrie Diaries foi uma das poucas séries que fez um pilot incrivel.
ResponderExcluirDestaque para um trilha sonora perfeita.
E a série é muito fofa, daquele tipo que te deixa de bom humor com aquele sorriso bobo durante os 40min.
Espero que TCD continue assim. *-*
P.s.: Obrigada por disponibilizar a lista completa da trilha sonora ;D
Essa série tem uma coisa de Jane By Design :(((((( Não assisti Sex And The City, já vi alguns episódios soltos e os filmes, porém não encontrei problema algum pra assistir esse piloto. E, essa semelhança com Jane me deu um aperto nesse meu pobre coração :( Ai eu li "baixa audiência" e quase morro, plmdds esse vai ser o meu refúgio sem jbd, acho bom não cancelarem essa série ou ficarei bolada pq ja to apegada!!!
ResponderExcluirE quando aqueles gays na boate disseram aquilo, lembrei na hora do amigo dela dshuidhsui pq será
Já to apegada, já to apaixonada... Ai ai, não posso com série assim :( Sempre quebro o meu pobre coração.
Sem Jane, precisamos de uma série fofa e essa preencheu bem a vaga só com o piloto. Apenas rezando para que continue :/
ResponderExcluirJá me apaixonei pela série *-*
ResponderExcluirentão, acho que essa história do pai foi criação dos roteiristas da série. o livro The Carrie Diaries só saiu um tempo depois, e só aí que contava um pouco do passado da Carrie. No segundo filme da franquia, mostra um pouco como as 4 se conheceram. No livro (diaries e summer and the city), foi super diferente.
ResponderExcluirAmo de paixão Sex And The City, fiz questão de comprar todos os boxes e os dois filmes em DVD. São simplesmente fantásticos, uma das melhores séries da HBO até hoje, sem dúvida... e é claro fiquei com o pé atrás em relação a The Carrie Diaries. Não apostava nada, mas acabei cedendo e assistindo ao primeiro episódio: quebrei a cara.
ResponderExcluirO que a Camila citou na review é a pura verdade, sobre querer se aprofundar mais na mitologia da série. Isso acaba falando mais alto e de uma forma ou outra, apesar de não ser tão madura como sua série mãe, The Carrie Diaries ganhou espaço na minha watch list, sem sombra de dúvidas.
A trilha sonora está mais do que perfeita. As músicas de antes tinham uma qualidade muito superior às de hoje.
Isso que você falou faz perfeito sentido.
ResponderExcluir