E agora, quem poderá nos
defender?
Se você estava esperando como
resposta um sonoro “o Chapolin Colorado”, não fique triste. O episódio dessa
semana de Glee vem recheado de super heróis e heroínas que despertam em nós
aquela vontade louca de vestir a cueca por fora da calça, amarrar a toalha de
mesa no pescoço e fingir que conseguimos voar e usar nossos poderes especiais
para combater o mal. Foi um episódio que remete à infância e a uma época de
inocência. A um período da vida em que acreditar que ‘tudo é possível’ não é
mais impossível.
Foi um episódio cheio de lirismo,
que não deixa de apostar num humor simples, imposto pelo ridículo visual da
coisa. Glee mostra que é possível fazer um roteiro legal e com drama, sem se
levar totalmente a sério e essa liberdade de brincar consigo mesma e de fazer
os atores entrarem na lambança, de corpo e alma, é motivo de profunda
admiração. Estava óbvio que todo mundo ali estava se divertindo demais nas
gravações e tive uma pontinha de inveja. Seria bom se, de vez em quando, as
pessoas se permitissem mais esse tipo de bagunça na vida real.
O engraçado é que, quando vi as
fotos de divulgação do episódio, torci o nariz. Não que eu desaprove o estilo
fanfarrão, mas fiquei pensando se seria possível ir além do humor pastelão que
a proposta meio que impõe. Foi uma grata surpresa ver que o clube da Sociedade
Secreta dos Super Heróis superou essa possível barreira. O episódio merece
aplausos pela história e também pelo fantástico trabalho de edição, que
misturava um pouco do estilo HQ com clássicos da TV.
Quem nunca assistiu séries de
heróis antigas talvez não tenha notado, mas os elementos estavam ali, seja na
parte visual, nos efeitos sonoros, nas passagens de cena. Senti que foi uma
espécie de homenagem a um gênero televiso que mudou tanto ao longo dos anos,
mas que deixou sua marca no público. Tudo isso, junto das canções escolhidas a
dedo e que casavam com cada trama dos “duetos dinâmicos”, fez desse um dos
episódios de Glee que mais admiro.
Para começar, fiquei tentando
entrar na brincadeira, mas fracassei em encontrar um nome e um superpoder. Não
consegui inventar para mim mesma algo tão genial como Asian Persuasion, Queen
Bee, Blond Cameleon, Tarantula Head, Sweet and Spice, Night Bird, Dr.Y, ou a
tenebrosa The Human Brain. Sério. Foi muito legal ver cada um ali, na reunião
da SSSH (Sociedade Secreta dos Super Heróis), brincando com coisas tão bobas e
familiares aos fãs da série.
Até mesmo Finn acabou entrando na
onda. Confesso que ri muito da cara dele, vestindo bermudão, capa e galochas,
só para incentivar seus pupilos. A identidade secreta dele? Mímico de Will
Schuester. O vestuário idêntico ao do professor não passou batido e mostra o
quanto ele está comprometido com o New Directions. Honestamente, nunca pensei
que diria que estou gostando da história destina a Finn, mas cá estou eu, me
despindo de meus preconceitos anteriores com o personagem e curtindo muito essa
nova fase. Lógico que a palavrinha de Beist foi fundamental para colocar os
objetivos de Finn nos eixos, mas depois ele conseguiu levar bem a função de
diretor do Glee Club, inclusive já trazendo gente nova para participar da
primeira lição, que vai encaminhá-los para as Seccionais.
Aliás, a aproximação da competição
foi o cenário perfeito para que os Warblers, antes dóceis rouxinóis,
aparecessem como vilões inescrupulosos, que roubam o troféu e tentam atrair
Blaine de volta. Mas para combater esse problema temos Sam, ou melhor, Blond
Cameleon, que tem uma conversa franca com Blaine que basicamente quer dizer, em
tradução livre: “deixa de frescura”. Pois é. Estou curtindo essa amizade entre
os dois, que já são oficialmente shippados como ‘Slaine’, porque de fato,
Blaine ficava muito na aba de Kurt e as tramas dele eram relacionadas a isso.
Não dá pra ter um personagem central (já que titia Ryan Murphy ama Darren Criss
mais que a sua boina amarela) que só tem historinha com o namorado. Essa
evolução está sendo boa.
E já que o New Directions está
passando por muitos dramas, eis que Tina, nossa musa da persuasão asiática,
joga na cara de Finn que se o problema é quantidade de membros, basta chamar a
Santana para preencher a cota. Fiquei atônita com esse comentário que é um ‘mea
culpa’ pela aparição sem sentido da personagem no episódio anterior. Bom saber
que a equipe de roteiristas tem plena consciência disso.
Como Finn está pura eficiência
(menos com as canetas), a adição de Ryder e Kitty já dá conta do recado e o New
Directions consegue o número suficiente para competir. A partir daí, o que
impressiona são as duplas formadas para a tarefa da semana, com Kitty e Marley
ainda debatendo como usar os “dois dedinhos” e continuar sendo magérrimas.
Marley, que já ganhou elogio pela roupitcha de Glease continua bem, mas Kitty,
que gosto de chamar desaforadamente de ‘cheerleader velha’, vai levar o troféu
de “Collant da Semana”. É preciso estar muito em forma para ficar bem naquela
roupa de vinil preto, então, palmas para ela.
O que é mais curioso com essas
meninas é que elas vivem uma relação bizarra. Meio morde e assopra. Kitty ataca
Marley, que continua achando que ela tem boas intenções e quando se vê
humilhada novamente, resolve dar uma de mulher moderna e vai atrás de Jake.
Minha reação foi a de fica boquiaberta, porque ainda não vejo sentido em nada
disso.
A junção de Ryder e Jake foi
excelente. Em termos musicais e no desenvolvimento da história. Gostei de ver
que os dois serão amigos, mas não sem alguma rivalidade. Foi hilário ver que
Jake sofre por ser o ‘capuccino kosher’, porque honestamente, essa barra de
vida eu acho bem voltada para o humor. Não é possível que alguém sofra por ser
meio negro, meio branco, “meio judeu”. Se bem que já vimos isso antes em The Glee
Project, então, tudo continua válido.
O choque maior foi notar que me
emocionei com a cena em que Ryder admite ter dislexia. Aquilo foi doído,
sincero. Não deve ser fácil passar a vida se achando burro e tentando
impressionar o pai, assumidamente inteligente. Sim, é um problema meio nerd e
muita gente não estaria nem aí, mas achei bem colocado. A dislexia é um
problema que atinge mais gente do que dá para imaginar e, apesar de ser de
fácil diagnóstico, passa despercebida e é confundida com preguiça ou
vagabundagem do aluno. Ryder está aí para provar.
Para completar esse episódio
cheio de emoções e risadas, ganhamos a apresentação de “Some Nights”, que vem
para representar um recomeço, um novo New Directions. Foi um musical lindo e
que remete às cores usadas no Piloto de Glee pelo pequeno grupo formado por
Rachel, Finn, Tina, Kurt, Mercedes e Artie, que usaram jeans e camisetas
vermelhas para selar a formação do grupo. Que o novo Glee Club seja bem
sucedido e detone nas Seccionais.
P.S*É oficial. O único ator a
participar de TODOS os episódios de Glee, até hoje, é Kevin McHale. Ele
conquistou o título agora que Will Schuester sumiu pela primeira vez.
Músicas no episódio:
"Heroes" - David Bowie:
Sam (Chord Overstreet) e Blaine (Darren Criss)
"Dark Side" - Kelly Clarkson: Blaine (Darren
Criss) e The Warblers
"Holding Out For A Hero" - Bonnie
Tyler: Marley (Melissa Benoist) e Kitty (Becca Tobin)
"Superman" - R.E.M: Jake (Jacob
Artist) e Ryder (Blake Jenner)
"Some Nights" - fun.: Sam (Chord
Overstreet), Blaine (Darren Criss), Tina (Jenna Ushkowitz), Joe (Samuel
Larsen), Marley (Melissa Benoist), Kitty (Becca Tobin) e New Directions
Ótima review! Glee tá bom demais nessa temporada, não consigo entender os "fãs" que só tem reclamado, o q mais esse povo quer? Tudo o que fez a série, que sempre foi marcante tá de volta, e ainda temos a continuidade na história dos membros antigos do New Directions, tudo isso recheado com o humor e drama característicos da série, fora as performances musicais que só melhoram nessa temporada. Tenho pena de quem não tá conseguindo relaxar e curtir tudo o que essa temporada tem oferecido, pq pra mim a série voltou a entregar seu melhor!
ResponderExcluirGostei muito desse epi!!Ri muito e amei o fato do Blaine (ate q enfim) sair daquela depressao!!!Nao senti falta do elenco de Nova York!!
ResponderExcluir#Ansiosa pela volta da Quinn no prox epi!!
Mais um bom episódio e, quem diria, sem Kurt e Rachel! Para os que achavam que a transição era impossível, tia Ryan manda beijos. De brinde, o chato do Will se foi, que maravilha. No começo, fiquei com medo dessa fuleiragem de super-heroi, mas depois as coisas começaram a entrar nos eixos. Finnalmente (trocadilho infame à parte) Finn se achou como líder do Glee. E pela primeira vez eu pulei uma música, a de Blaine e Warblers. Senhor, como suportar as caras e bocas dele, com os mauricinhos se balançando ao fundo? Já adoro Ryder (Finn II) e Jake (Puck II, literalmente - aliás, o que foi Puck em LA? Cretinice pura!). E quando Marley vai perceber as sacanagens de Kitty? Que burra, dá zero pra ela!
ResponderExcluirEu achei o começo do episódio bem chatido, mas a medida que o tempó foi passando eu comecei a gostar. No fim, foi muito bom. Mas como sempre, teve coisas que, pelo menos pra mim, foram muito sem noção. Sebastian não era um senior? O que ele está fazendo nos Warblers? O que é essa relação louca da Marley e da Kitty?
ResponderExcluirAlém disso, acho que Blaine está tendo muito destaque (6 solos em 7 episódios). Antes eram somente as músicas, ok. Agora ele também está tendo muita storyline. Sério, ta tenso pra mim assistir as storylines centradas nele.
Mas no fim, foi tudo legal. Não perdeu o nível dessa temporada, apesar de ainda sentir saudade do elenco original. =/
Ah, seu blog é ótimo. Vou seguir!
blog-exlibris.blogspot.com.br
O q foi Sugar com "meu superpoder é dinheiro" huahuauahuaha
ResponderExcluirCamis a competição da semana que vem são as Seletivas (Sectionals), não Regionais (Reginals)
ResponderExcluirUnique já é uma "super hero", por isso Wade não apareceu? :S
ResponderExcluirAchei um dos melhores episódios, confesso que não senti falta de Rachel e Kurt... Foi muito bom, fiquei meio estranhada com o episódio 5, por Rachel não aparecer, então concluir que Glee sem Rachel não era Glee. Aí venho esse episódio e Ryan Murphy e sua "gangue" soltaram seus poderes e me chicotearam, com aquele chicote de Kitty, provando que SIM, PODEMOS TER UM GLEE SEM OS ANTIGOS. E isso me orgulha! :) Tô achando até melhor que muitos episódios das 3 primeiras temporadas... Tudo bem que essa história de Marly/Jake/Ryder/Kitty lembra muito, acho que os escritores precisam mudar o rumo e mostrar que ainda têm muito mais história do que apenas triângulos amorosos. Mesmo assim o episódio foi PARA MIM, O MELHOR DESSA TEMPORADA.
ResponderExcluirestranhado*
ResponderExcluirestranhado*
ResponderExcluirMarley*, affs!
ResponderExcluirFoi realmente um ótimo episódio e me permito dizer que a apresentação de "Some Nights" foi a melhor ja feita por Glee até hoje no quesito apresentação em grupo, ou apresentação dinamica. Nunca numa apresentação cada um dos membros tiveram seu momento, de Joe(Samuel Larsen), que canta muito bem mas é esquecido pelos roteiristas a Tina(Jenna Ushkowitz) que apesar de todo o talento deve ter em contrato que deve permanecer na serie até o fim sendo deixada de escanteio sem nenhuma trama ou solo...
ResponderExcluirAdorei a interação de Marley e Kitty, mas tambem estou confuso sobre o destino que esta trama doida vai tomar. E Ryder e Jake tambem mandaram muito bem juntos. Todos os novos personagens sao muito bons, sem excessão.
Só o que me entristece é Blaine. Não aguento mais ele. E nao é por que eu nao goste do personagem, é por que o excesso de Blaine é que me cansou, nao sei a vocês, mas comecei a passar avançar os solos dele. É certo que a trama chata dele as vezes nos da apresentações maravilhosas como aquele acustico de Teenage Dream, mas a titia Ryan poderia lembrar que tem outros cantores no New Directions alem dele e desse uma acelerada nessa transição do personagem.
E que venham as sectionals...ja estou sonhando que os novos continuem se destacando e que nao haja solo do Blaine(\o/).
Gleendo!
ResponderExcluirFinn com coletinho do Mr. Schue me arrancou risadas, Ryder descobrindo que não era burro e sim dislexo me deu vontade de colocar no colo, Kitty incentivando Marley a usar os dois dedinhos me deu vontade de dar na cara dela, Clarinha megaevil de volta me deixou com um sorriso no rosto, e o episódio todo me deu vontade de vestir uma roupa colada e sair para combater o crime, ao lado, claro, da Beist, que foi a que ficou melhor com roupa de super-herói! ;D
Só uma coisa me incomodou: acho que perdi a parte que mostrou Jake e Puck passando de irmãos desconhecidos a super íntimos que ligam pro celular do outro pedindo conselhos amorosos... o_O Não que não tenha adorado ver Puck cobrando dos gringos pra tirar foto, mas, né?
A grande pergunta é pra quem Darren tá dando, com solos em todos os episódios.
ResponderExcluirCamis esse negócio de half black (e etc) é sério lá nos EUA. Tem uma entrevista da Halle Berry no Inside the Actors Studio em que ela fala como isso foi difícil para ela.
ResponderExcluirGente, cadê a Unique nesse ep?
ResponderExcluirEstou simplesmente amando esta nova fórmula de Glee. Até aqui não consegui achar nenhum episódio ruim, mesmo que o epi seja mais água com açúcar sempre tem alguma coisa que te prende ao episódio. Até os personagens estão mais bem construídos. Tudo bem, que ainda existe o menino Samuel pra enfeite de cenário, e a falta de um plot para Tina, mas afinal ela é oficialmente a personagem negligenciada da série.
ResponderExcluirP.s: "Foi hilário ver que Jake sofre por ser o ‘capuccino kosher’, porque honestamente, essa barra de vida eu acho bem voltada para o humor. Não é possível que alguém sofra por ser meio negro, meio branco, “meio judeu”.'"
Sou filha de pai negro e mãe branca, mas também não consigo entender esta barra de vida de crise de identidade. Mas lá é USA, a banda toca em outro tom.
Ah... tinha esquecido. Só eu q percebi que Unic não se fez presente?
ResponderExcluirexceção*
ResponderExcluir